Interações ecológicas no complexo plantas de tomate - artrópodes herbívoros mediadas por odores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Moreira, Luciano Rezende
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9832
Resumo: Em uma teia alimentar, as interações ecológicas são diversas e os seus membros podem usar os mesmos sinais voláteis para benefício próprio. Analisando as plantas e os herbívoros como parte da teia, podemos verificar que as relações que ocorrem são diferentes daquelas de uma simples cadeia alimentar. Plantas conseguem trocar informações por meio de compostos voláteis, denominados infoquímicos. Esta comunicação química entre as plantas é importante na estruturação da teia alimentar e interfere na interação planta- herbívoro. H erbívoros são capazes de perceber voláteis químicos emitidos por plantas, podendo desta forma, se beneficiar de informações contidas nesses compostos. Plantas são capazes de produzir ativamente infoquímicos, quando diretamente atacadas por herbívoros e os próprios herbívoros sã o importantes fontes de odores utilizados pelos co-específicos na localização do hospedeiro. Estudos sobre comportamento de forrageamento de herbívoros é fundamental para a compreensão das interações que ocorrem entre os organismos que compõem as teias alimentares. O objetivo deste trabalho foi estudar as interações comportamentais entre plantas de tomate (Lycopersicon lycopersicum), variedade Santa Clara, em diversas situações e duas pragas de importância econômica da cultura do tomateiro, o ácaro-vermelho Tetranychus evansi (Acari: Tetranychidae) e o pulgão Myzus persicae (Homoptera: Aphididae). Utilizaram- se técnicas de olfatometria e experimentos de liberação e recaptura dos artrópodos envolvidos. Não foram encontradas diferenças significativas na tomada de decisão dos herbívoros a odores de plantas de tomate limpas, mantidas próximas ou longe de plantas atacadas por co-específicos, bem como entre plantas de tomate limpas previamente infestadas com co-específicos comparativamente com plantas de tomate limpas. A comunicação intra-específica em plantas de tomate, capaz de influenciar o comportamento de carnívoros, não alterou o comportamento dos herbívoros. Os infoquímicos liberados pelas plantas de tomate previamente infestadas e, ou, limpas podem ser indiferentes para o herbívoro na tomada de decisão ou insuficientes para serem percebidos pelos herbívoros na intensidade e duração da infestação utilizada neste trabalho. Herbívoros tiveram preferência significativa por plantas infestadas por co- específicos, não evitando competição intra-específica, quando oferecidos odores de plantas atacadas com a presença do co-específico comparativamente com plantas limpas. Quando foram oferecidos co-específicos como fontes de odores versus plantas previamente infestadas, a tomada de decisão dos herbívoros foi significativamente maior pelos co-específicos. Estes últimos resultados demonstram a fundamental importância da presença do co-específico para a localização do hospedeiro pelo herbívoro.