Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2002 |
Autor(a) principal: |
Fontes, Darciley Guimarães Silveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9182
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Resumo: |
Buscou-se através deste estudo caracterizar a realidade da gravidez precoce no município de Viçosa/MG, enfatizando-se seus reflexos sobre o processo de manejo dos recursos disponíveis aos respectivos sistemas familiares; bem como sobre a sua qualidade de vida. Para tanto, utilizou-se o referencial teórico que aborda a administração de recursos familiares, com ênfase no subsistema administrativo. Participaram da pesquisa 50 adolescentes residentes na zona urbana de Viçosa, solteiras, com até 19 anos, que haviam tido seus filhos, no ano de 2000. As entrevistadas possuíam, em média, o ensino fundamental incompleto e encontravam-se inseridas em três sistemas familiares distintos; as que havia permanecido na companhia da sua família de origem; as que haviam constituído o seu próprio lar; e as que formaram o arranjo familiar extenso patrilocal. A gravidez ocorreu por volta dos 18 anos e em mais de 1/3 dos casos aquela já era a segunda gestação, sendo o descuido a principal justificativa para a sua ocorrência. Os pais das crianças eram, também, jovens e com baixo nível de escolaridade. Mais da metade das entrevistadas continuava com os pais de seus filhos, tendo uma vida sexual ativa; embora, só a metade fizesse uso de algum método contraceptivo. Em termos da repercussão da gravidez no orçamento familiar muito itens tiveram que ser cortados, com destaque para recreação/lazer e educação da própria adolescente. A análise do subsistema administrativo mostrou que houveram mudanças diferenciadas conforme o sistema familiar, sendo estas mais evidentes naquele formado pela própria adolescente e seu parceiro, possivelmente devido ao início de uma nova vida, o que tende a exigir novos recursos e maiores demandas. No sistema familiar do pai da criança observou- se uma retroalimentação negativa, já que o mesmo se manteve relativamente menos receptivo `as mudanças inerentes ao fenômeno da gravidez precoce, buscando manter o sistema familiar num estado desejável, em termos pessoais e administrativos. Constatou-se que a satisfação com a qualidade de vida foi maior quando a adolescente manteve-se com sua família de origem e menor naqueles sistemas familiares patrilocais. A explicação para esse resultado está relacionada à própria importância que as adolescentes atribuíam aos domínios da vida, que lhes garantiam o alcance das necessidades de subsistência. Assim, quando as mesmas permaneciam com a família original, tinham acesso a uma renda maior, tanto monetária quanto em espécie, pelas própria condições de solidariedade intra pessoal e familiar. Conclui-se que o fenômeno da gravidez precoce pode ser considerado como de “multifinalidade” dado que a mesmo evento inicial produziu “outputs” diferenciados, em termos da administração dos recursos e, conseqüentemente, da qualidade de vida. |