Toxicidade de ferro e metabolismo antioxidativo em Eugenia uniflora L.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Jucoski, Gládis de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Controle da maturação e senescência em órgãos perecíveis; Fisiologia molecular de plantas superiores
Doutorado em Fisiologia Vegetal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/987
Resumo: O ferro é um micronutriente essencial para o crescimento e desenvolvimento das plantas. Quando em excesso, porém, pode induzir a produção e acúmulo de espécies ativas de oxigênio, causando estresse oxidativo levando a uma redução do crescimento e, portanto, diminuição na produtividade das plantas. O objetivo do trabalho foi, portanto, avaliar o efeito de níveis tóxicos de Fe sobre a absorção e acúmulo deste elemento, e suas consequências sobre o metabolismo antioxidativo e o crescimento de plantas jovens de pitangueira (Eugenia uniflora L.). Quarenta e cinco dias após a semeadura, plantas de E. uniflora foram submetidas, em solução nutritiva de Hoagland, pH 5,0 com metade da força iônica, aos seguintes tratamentos: três concentrações de Fe (0,045, 1,0 e 2,0 mM), aplicado na forma de FeEDTA e três tempos de avaliação (15, 30 e 45 dias após início da aplicação do tratamento). Para cada tempo de tratamento, foram avaliadas as variáveis: número de folhas, crescimento em altura, comprimento da raiz primária, produção da matéria seca de folhas, caule, e raízes e determinados os teores de clorofila, carotenóides totais, P, Fe, Zn, Cu e Mg. Adicionalmente, foi determinado a cinética de absorção de Fe após aplicação dos tratamentos anteriormente mencionados. Além disso, determinou-se os teores de MDA, a atividade das enzimas SOD, CAT, POX, APX, GPX e GR e os teores de AA, DHA, GSH, GSSG e as razões AA/DHA, GSH/GSSG em folhas e raízes. O tratamento das plantas com níveis tóxicos de Fe resultou em decréscimo no comprimento da raiz primária, na matéria seca das três partes da planta e nos teores de pigmentos cloroplastídicos e, foram observados sintomas visuais típicos de toxidez de Fe. O excesso de Fe, também, causou uma mudança na partição de biomassa da matéria seca, com aumento relativo das folhas em relação às demais partes da planta e reduziu os teores de Zn, Cu e Mn, enquanto o de P permaneceu essencialmente inalterado nas diferentes partes da planta. O tratamento das plantas com níveis tóxicos de Fe alterou o sistema de transporte, aumentando os valores das constantes cinéticas de absorção deste elemento (Vmax e Km), resultando em maior absorção de Fe e, consequentemente, gerando os efeitos tóxicos manifestados sobre o crescimento das plantas. Além disso, o aumento da concentração de ferro na solução nutritiva resultou aumento da intensidade de peroxidação de lipídios, principalmente folhas. As atividades das enzimas antioxidativas SOD e GR aumentaram com os níveis de Fe na solução e com o período experimental. As enzimas CAT, POX e APX aumentaram suas atividades com o acréscimo da concentração de Fe, mas decresceram com o tempo de exposição aos tratamentos. A atividade da GPX diminuiu com o aumento da concentração de Fe e com o tempo de exposição. Os teores de AA e de GSH e as relações AA/DHA e GSH/GSSG, de modo geral, aumentaram com a concentração de Fe e com o tempo de tratamento. Os resultados indicam que plantas de E. uniflora sob níveis tóxicos de Fe, sofrem estresse oxidativo, que é atenuado tanto por mudanças nas atividades de enzimas antioxidativas quanto por mudanças nos teores de alguns metabólitos antioxidativos como AA e GSH.