Efeito do consumo de diferentes cargas lipídicas associado ou não a bebidas à base de frutose na resposta inflamatória pós-prandial em mulheres com peso normal ou excesso de peso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rocha, Daniela Mayumi Usuda Prado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/15066
Resumo: A inflamação tem sido proposta como elo entre a obesidade e diversas condições clínicas como a síndrome metabólica, diabetes e aterosclerose. Por sua vez, a dieta é um reconhecido fator modulador da resposta inflamatória. Neste sentido, os ácidos graxos podem influenciar muitos eventos e mecanismos celulares, e desempenhar importante papel na regulação de respostas imunes e inflamatórias. O consumo de frutas, por outro lado, resultam em importante redução de marcadores pró-inflamatórios. Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito do consumo de refeições com alto conteúdo de ácidos graxos saturados (AGS) e monoinsaturados (AGMI), acompanhadas de suco de laranja ou não, na resposta inflamatória pós-prandial em mulheres eutróficas ou com excesso de peso. Tratou-se de um estudo pós-prandial, aleatório, cruzado e controlado. Participaram do estudo 55 mulheres adultas (com idade entre 20 a 40 anos), pré-menopáusicas e não gestantes. Na primeira etapa do estudo, um grupo de voluntárias (n=33, 27±01 anos) recebeu uma refeição (≈1.000 kcal) com alto conteúdo de AGS (37% do valor calórico total), acompanhadas de 500 mL de suco de laranja (teste), ou de água (controle negativo). Na segunda etapa, outro grupo (n=22, 27±1 anos) recebeu uma refeição (≈1.000 kcal) com alto conteúdo de AGMI (53% do valor calórico total), acompanhadas de 500 mL de suco de laranja (teste), de uma bebida à base de frutose (controle), ou de água (controle negativo). As concentrações plasmáticas de marcadores inflamatórios (IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17A, IFN- , TNF e PCR) foram determinadas antes (jejum) e depois de 2, 3 e 5 horas da ingestão das refeições testes. Como resultados, o consumo agudo de uma refeição com alto conteúdo de AGS, em comparação a refeição com alto conteúdo de AGMI, apresentou maiores valores para AUC ajustada das citocinas TNF e IL-6, independente da bebida que acompanhou as refeições. Ainda, o consumo de AGS acompanhado de água, mas não de suco de laranja, também apresentou maiores valores para AUC ajustada para citocinas IL-17A, IL-4 e IL- 2, em relação à refeição com alto conteúdo de AGMI acompanhada ou não da ingestão de suco de laranja. Também foi observado o aumento da AUC ajustada para IL-10, após o consumo de AGS, em relação ao AGMI, possivelmente relacionado a uma compensação do organismo visando limitar a inflamação subclínica induzida pelo consumo desse ácido graxo. O consumo do suco de laranja, por sua vez, reduziu a inflamação pós-prandial, induzida pelo consumo de uma refeição com alto conteúdo de AGS, mediante a redução das concentrações de ΔIL-17A. Ainda, o consumo de refeições com alto conteúdo de AGS ou AGMI aumentou a concentração pós-prandial da IL-6 plasmática, independente da refeição ser acompanhada ou não de suco de laranja. Nós não identificamos diferenças na resposta inflamatória pós-prandial de acordo com estado nutricional das voluntárias (eutrofia vs. excesso de peso) que consumiram uma refeição com alto conteúdo de AGS ou AGMI, acompanhadas ou não da ingestão de suco de laranja. Em conclusão, os resultados do presente estudo indicam um efeito anti- inflamatório dos AGMI em relação aos AGS. O consumo de suco de laranja, por sua vez, se mostrou capaz de atenuar o aumento subclínico da inflamação pós-prandial induzida pela dieta com alto conteúdo de AGS para um marcador específico (IL-17A). Estudos em longo prazo são necessários para avaliar os benefícios do seu consumo regular de AGMI e suco de laranja, bem como os mecanismos envolvidos.