Os dançadores do Rosário ganham novos trajes: congada, igreja e amigos da congada em Brás Pires-MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Ferreira, Rodrigo de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9952
Resumo: O presente trabalho teve como foco a inserção do Grupo de Congada Rosário da Aliança na Festa de Nossa Senhora do Rosário em Brás Pires/MG e a relação estabelecida com a sociedade abrangente, em especial com a Paróquia local e com a agremiação denominada “Amigos da Congada”. Visando compreender as transformações que, recentemente, marcaram tal inserção, foi discutida a atuação da Igreja Católica, ao longo do tempo, frente àquela manifestação da cultura afro-brasileira. Originalmente vinculados a irmandades religiosas, grupos de congada viram, a partir do século XIX, essas formas associativas perderem a expressividade e o poder representativo que tiveram durante o período colonial. Estas passaram a sofrer com restrições mais severas, pois a Igreja Católica, imbuída dos ideais romanizadores, intensificou seu controle sobre práticas da religiosidade popular. Nesse ínterim, muitos grupos de congada passaram por um processo de intensa marginalização. Entretanto, o rigor que marcara as relações da Igreja com determinadas expressões culturais, no século XIX e início do século XX, arrefeceu-se com as propostas do Concílio Vaticano II – 1962/1965. A partir de então, houve uma tendência de incorporar, nos ritos oficiais, manifestações de cunho folclórico ou popular. Voltando-se para o caso específico de Brás Pires, pôde-se notar que os ideais do Vaticano II somente tomaram corpo a partir de inícios da década de 1990, quando o Grupo de Congada local conseguiu romper o tabu que restringia a sua atuação à festa de rua, passando a participar também dos ritos internos da Igreja. Além dessa “abertura” da Igreja Católica, um outro aspecto observado foi a crescente atuação da agremiação “Amigos da Congada” junto ao Congado em Brás Pires. Formado por pessoas alheias àquela manifestação, tal agremiação vem, nos últimos anos, oferecendo suporte material ao Grupo de Congada e, como conseqüência, exercendo grande influência sobre a prática do Grupo, sobretudo, no que se refere ao aspecto organizacional.