Genotipagem de colônias de abelha ameaçada de extinção indica importância genética de populações manejadas para a conservação de melipona capixaba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Rios, Bruna Dias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/23873
Resumo: A abelha sem ferrão Melipona capixaba Moure e Camargo, 1994, conhecida como “uruçu- preta” ou “uruçu capixaba”, é endêmica da Mata Atlântica brasileira, tendo distribuição restrita à regiões de altitude do Estado do Espírito Santo. A M. capixaba encontra-se na lista de espécies ameaçadas de extinção, na categoria em perigo (EN). A redução e a fragmentação do seu habitat natural constituem as principais ameaças à espécie, por ocasionar a redução das populações e o consequente aumento da endogamia, da deriva genética e a perda de diversidade genética. A maior parte das colônias remanescente de M. capixaba estão nas mãos de criadores de abelhas. Uma outra ameaça é a introdução da espécie M. scutellaris na área de distribuição natural da uruçu-capixaba, pois há relatos na literatura da ocorrência de hibridização entre as espécies. Diante desses fatos, este trabalho teve como objetivos: analisar a diversidade genética de colônias nativas e colônias manejadas de M. capixaba por meio de marcadores microssatélites, com o a finalidade avaliar o potencial genético das colônias manejadas e identificar genótipos prioritários para a formação de populações de conservação; identificar marcadores microssatélites com potencial para detectar híbridos entre as espécies M. capixaba e M. scutellaris; e melhorar o conhecimento sobre esse evento de hibridização. Os resultados obtidos indicaram que as populações naturais e manejadas possuem moderada diversidade genética, entretanto muitos alelos amostrados possuem baixa frequência e podem estar sendo perdidos devido aos efeitos da deriva genética. Muitos alelos que foram amostrados com baixa frequência nas colônias nativas, foram amostrados com maiores frequências em algumas populações manejadas. As populações manejadas podem representar um importante papel na conservação da espécie, podendo atuar como reservatórios genéticos e fornecer indivíduos para a formação de populações de conservação. Com os resultados obtidos por meio das análises de diversidade genética foi possível elaborar orientações de manejo para a conservar a diversidade genética das populações manejadas. A hibridização de fato ocorre entre as espécies M. capixaba e M. scutellaris. As análises moleculares realizadas com marcadores microssatélites associadas às análises do DNA mitocondrial e das características morfológicas permitiram identificar a ocorrência de hibridização e as possíveis vias de hibridização entre as espécies. A hibridização pode ocorrer através da fecundação de fêmeas de M. capixaba por machos de M. scutellaris ou pela fecundação de fêmeas de M. scutellaris por machos M. capixaba. Os híbridos gerados são férteis e as fêmeas podem ser fecundadas por machos híbridos ou machos da espécie M. scutellaris. Os efeitos da hibridização para espécie M. capixaba são imprevisíveis, portanto deve-se impedir a introdução de M. scutellaris na área de ocorrência da uruçu-capixaba.