Avaliação de parâmetros bioquímicos e de aspectos toxicológicos de antocianina em coelhos Nova Zelândia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Chagas, Cíntia Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Uva
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8975
Resumo: Com o objetivo de se avaliar o efeito da antocianina do repolho roxo e uva roxa no metabolismo lipídico e na toxicologia, foram realizados dois ensaios experimentais com coelhos, da raça Nova Zelândia. No primeiro ensaio experimental induziu-se a hipercolesterolêmia em coelhos machos utilizando 1% de colesterol mais 0,1% de ácido cólico e avaliou-se o efeito das duas substâncias-teste nas doses diária de 50, 100 e 150 mg durante 30 dias, onde foram dosados os níveis sangüíneos de colesterol total, colesterol-HDL e triacilgliceróis. No segundo ensaio experimental utilizou-se coelhos fêmeas e machos que foram alimentados somente com ração comercial e avaliou-se o efeito toxicológico dessas substâncias-teste no metabolismo protéico, lipídico, nos minerais e nos níveis de glicose durante um período de 30 dias em doses diária de 50, 100 e 150 mg de antocianina do repolho roxo e uva roxa. No final de cada ensaio experimental os animais foram sacrificados e foi feito uma avaliação morfológica hepática. Pelos resultados obtidos no primeiro ensaio experimental observou-se que 50 mg de antocianina de repolho roxo aos 15 e 30 dias e 100 mg de antocianina de uva roxa aos 15 dias de tratamento reduziram os níveis sangüíneos de colesterol total, quando comparado ao controle. Em relação ao colesterol-HDL, houve um aumento desta lipoproteína para a antocianina do repolho roxo na dose de 100 mg e para a antocianina de uva roxa na dose de 50 mg em um período de 30 dias. A antocianina de repolho roxo e uva roxa mostraram um efeito de redução mais intensificado no nível de triacilglicerol na dose de 100 mg aos 15 e 30 dias de tratamento. Pelos resultados obtidos no segundo ensaio experimental observou-se, quanto a antocianina do repolho roxo, um efeito hipolipidêmico na dose de 150 mg para fêmeas e 100 mg para machos (15 e 30 dias), uma elevação de colesterol-HDL para machos e fêmeas na dose de 50 mg (30 dias), um efeito hipolipidêmico sobre triacilglicerol, aos 30 dias, para machos na dose de 50 mg e fêmeas 150 mg, apresentando um aumento de glicemia para os machos durante todo período experimental e para as fêmeas com 15 dias de tratamento. Para o metabolismo protéico, observou-se uma redução na concentração de creatinina e proteína em relação ao controle para ambos os sexos e uma redução na concentração de albumina, aos 30 dias, nos machos na dose de 100 mg e 150 mg para as fêmeas. Observou-se uma tendência em diminuir o nível sangüíneo de cálcio para machos e aumentar para as fêmeas na dose 100 mg (30 dias), um aumento na concentração de fósforo para machos e diminuição para fêmeas e uma redução no nível sérico de cloro aos 30 dias de tratamento em relação ao controle. Quanto a antocianina da uva roxa, observou-se um efeito hipolipidêmico, aos 15 e 30 dias, na dose de 100 mg para fêmeas e 150 mg para machos, uma elevação de colesterol-HDL somente para machos na dose de 50 mg (15 e 30 dias), um efeito hipotrigliceridêmico somente para machos na dose de 150 mg (15 dias) e um efeito hipoglicemiante para ambos os sexos. Em relação ao metabolismo protéico, observou-se uma redução na concentração de creatinina, albumina na dose de 150 mg para ambos sexos e alterações não relevantes quanto aos níveis séricos de proteínas, em relação ao grupo controle. Houve uma tendência em diminuir o nível de cálcio para machos e fêmeas, exceto na dose de 50 mg para os machos, aos 30 dias. Foi observado uma tendência em diminuir o nível de fósforo para os machos, exceto na dose de 50 mg (30 dias) e uma redução no nível de cloro aos 30 dias, em relação ao grupo controle. Com relação ao peso corporal, os resultados evidenciaram que a antocianina do repolho roxo e uva roxa proporcionou ganho de peso no metabolismo lipídico e na toxicologia. A avaliação morfológica hepática foi feita somente em animais que receberam antocianina de uva roxa não sendo possível uma interpretação segura das lâminas obtidas da antocianina do repolho roxo devido as alterações nos tecidos, resultantes do processo de fixação. Os resultados obtidos mostraram que o grupo que recebeu 150 mg de antocianina de uva roxa, colesterol e ácido cólico apresentou maior proteção hepática efetiva em relação ao grupo tratado com 50 e 100 mg. Os animais que receberam apenas ração + antocianina da uva roxa nas diferentes doses (50, 100 e 150mg) exibiram morfologia hepática semelhante aos animais do grupo padrão (ração) sem processos degenerativos e modificações na arquitetura dos lóbulos. Pode-se concluir que a antocianina do repolho roxo e uva roxa apresentaram efeito hipolipidêmico sobre o colesterol total, um aumento no nível sérico de colesterol-HDL e um efeito hipotrigliceridêmico. Pode-se concluir ainda que as substâncias testadas não foram tóxicas, nas doses empregadas para o metabolismo de proteínas, minerais, lipídeos e carboidratos, não havendo alterações tóxicas no tecido hepático nas doses utilizadas e na duração do experimento.