Concentração e poder de mercado na indústria manufatureira equatoriana no período de 2007 a 2015

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Vinueza Delgado, Karen Andrea
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/19836
Resumo: Ao longo dos últimos anos, o Equador desenvolveu um modelo produtivo que não tem conseguido se diversificar, em razão do país, ter adotado uma economia baseada na produção primário-extrativa, principal geradora de rendas para sua economia. Esse modelo produtivo, deixou de lado a indústria manufatureira, considerada, eixo central para o desenvolvimento econômico e social de qualquer país. Nesta indústria, atuam fatores como o capital, a força de trabalho, e a tecnologia, de forma a adotar processos eficientes de produção, razão de as manufaturas serem catalogadas como geradoras de importantes valores adicionados aos processos de transformação de matéria-prima em bens intermediários e finais. Neste sentido, a indústria manufatureira equatoriana não conseguiu se dinamizar, em razão de se encontrar liderada por empresas devidamente estabelecidas, concentradoras de grandes parcelas de mercado, limitando a diversificação e o intercâmbio de conhecimento. De tal modo, o estudo da concentração de mercado na indústria manufatureira é de grande importância para definir e analisar de que forma a transformação de matérias-primas na economia do Equador se diversificou ou se concentrou, permitindo determinar possíveis situações de poder de mercado. A concentração, além de evitar a concorrência entre empresas e setores envolvidos, reduz as possibilidades de que a produção se dinamize e a economia leve ao bem-estar social. Destarte, a presente pesquisa busca investigar para a indústria manufatureira equatoriana a relação entre o grau de concentração industrial e o poder do mercado entre as manufaturas incumbentes, assim como a influência das diferentes estratégias de conduta adotadas pelos setores indústrias no desempenho industrial manufatureiro no período de 2007 a 2015. O estudo foi fundamentado no Modelo de Estrutura, Conduta e Desempenho (ECD) que analisa e contextualiza a forma como as empresas se organizam, de forma a refletir sobre quais decisões de produção, preços e alocação de recursos é estabelecida a estrutura de um mercado, de modo a garantir espaços concorrenciais e bem estar social. Ademais se considerou a teoria da relação entre concentração e poder mercado através da maximização do lucro do oligopólio de Cournot. Analiticamente, foi mensurado o índice de concentração de Herfindahl-Hirscham (HHI) para as 130 indústrias. Ademais, estimou-se o modelo ECD para a manufatura equatoriana pelo método de momentos generalizados em dois estágios (GMM), com variáveis instrumentais para controle de endogeneidade. Os resultados obtidos confirmaram a presença de estruturas de mercado com níveis constantemente elevados de concentração nas manufaturas do país, que respondem ao controle e ao domínio de importantes parcelas de mercado, o que gera um poder de mercado difícil de superar. Os resultados evidenciaram que as grandes empresas são as que lideram a maioria das manufaturas, e sobre as quais têm sido alocados importantes ganhos da indústria. Isso, por sua vez, tem produzido constantes graus de concentração, resultando então em um maior poder de mercado para as firmas incumbentes, pois são poucos os estabelecimentos econômicos que detêm a maior parcela das manufaturas em que atuam. Ademais, foi observado que o exame do poder de mercado adotado pelas manufaturas do Equador foi sustentado por condutas orientadas ao investimento em capital. As despesas e custos em publicidade e a inserção das indústrias no mercado internacional como potenciais exportadoras são elementos influenciadores positivos sobre o poder de mercado, principalmente se essas condutas são realizadas pelos agentes econômicos já estabelecidos nas manufaturas, incentivando a heterogeneidade estrutural. Em geral, os resultados contribuíram para evidenciar que o país tem um setor manufatureiro pouco diversificado e concentrado em razão de os grandes agentes econômicos terem, com o passar dos anos, conseguido consolidar ainda mais seu posicionamento no mercado, assim como sobreviver à crises e a processos de transformação que o país teve que atravessar.