No seio da vida: fatores facilitadores e dificultadores da práxis do aleitamento materno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Reis, Roberta Sena
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis
Mestrado em Ciência da Nutrição
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2772
Resumo: Na prática da amamentação um dos grandes desafios tem sido lidar com os multifatores que influenciam a decisão materna de desmame ou de manutenção do aleitamento, uma vez que esta prática é construída no cotidiano das famílias, influenciada, portanto, por fatores sociais e culturais. Este estudo escolheu a Atenção Primária à Saúde (APS), como campo de pesquisa, tendo como eixo estratégico o Programa Saúde da Família (PSF), que focaliza possibilidades de promoção, proteção e apoio a amamentação. O presente estudo teve como objetivo identificar e analisar os fatores facilitadores e dificultadores da prática do aleitamento materno ao longo dos seis primeiros meses de vida da criança em mulheres-mães cadastradas em Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS), em Viçosa-MG, e realizar intervenções nutricionais. Trata-se de um estudo exploratório, longitudinal de intervenção, de abordagem quanti-qualitativa. Participaram 22 gestantes com data provável para o parto entre a primeira semana de agosto e a segunda de setembro de 2010. A coleta de dados ocorreu por meio de intervenções (acompanhamento nutricional e/ou orientações) realizadas pela pesquisadora entre julho de 2010 e fevereiro de 2011. As intervenções foram realizadas no final da gestação, nos primeiros dias pós-parto e mensalmente até completar seis meses pós-parto. A coleta de dados ocorreu por meio de visitas domiciliares (VD) e seguiu um plano sistemático de educação nutricional. Para análise dos dados quantitativos foram utilizados os softwares Excel for Windows 2007 e SPSS for Windows. Já para análise qualitativa, os dados depois de gravados e transcritos foram analisados pelo método análise de conteúdo de Bardin (2004) e Minayo (2007). Quanto ao perfil das participantes, a idade mediana das mulheres foi de 25 anos, com renda per capita mediana de R$ 293,33 reais variando de R$ 72,85 a R$ 1000,00. A maioria possuía ensino fundamental incompleto (45,45%) e estavam empregadas (45,45%). As multíparas constituíram 54,55%. Todas realizaram pré-natal sendo que apenas 22,73% das mulheres receberam orientações sobre aleitamento materno. Dificuldades em amamentar foram apresentadas pelas mulheres durante todo o período avaliado, sendo mais pronunciadas nas duas primeiras e na última visita realizada, ocorridas respectivamente, nos primeiros dias, primeiro mês e sexto mês pós-parto. Estiveram presente entre os fatores dificultadores: rachadura, dor ao amamentar, ingurgitamento mamário, preocupação com a quantidade de leite, uso de medicamentos, retorno ao trabalho/aula, dor/criança mordendo e rejeição da criança ao peito. Apesar das dificuldades encontradas, a maioria das mulheres afirmou ter sido fácil amamentar, apresentando como fatores facilitadores: descida do leite/pega, mamada, ausência de dor, prática considerada tranquila, gostar de amamentar, ejeção do leite, entender a criança, criança mama mais, criança gosta de amamentar e ajuda. A maioria das crianças (88,89%) foi amamentada até o sexto mês de vida. A intervenção oferecida foi percebida com satisfação na perspectiva de todas as mães entrevistadas. A maior parte das mães (95%) afirmou que a intervenção exerceu influência positiva na prática do aleitamento materno, principalmente pelo apoio prestado no manejo desta prática. A análise dos conhecimentos sobre aleitamento materno pré e pós-intervenção, mostrou novas abordagens pelas mães e modificação da percepção em relação ao tempo adequado de amamentação. Os resultados encontrados apontam que, a realização de intervenção por meio de visitas domiciliares apresenta-se como estratégica, aumentando efetivamente a prática do aleitamento materno.