Características socioculturais, nutricionais e hábitos de vida de adolescentes eutróficas com gordura corporal elevada, em Viçosa - MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Vieira, Poliana Casagrande Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8907
Resumo: Sabe-se que o excesso de gordura corporal aumenta os riscos de desenvolvimento de doenças crônicas. Encontra-se na literatura uma alta prevalência de adolescentes eutróficas com elevado percentual de gordura corporal. Objetivou-se conhecer as variáveis biológicas, comportamentais e de saúde de 120 adolescentes eutróficas, que foram divididas em dois grupos, o de estudo (n=60) com gordura corporal elevada, e o controle (n=60) com gordura corporal normal. Foram aferidos o peso, a estatura, a porcentagem de gordura corporal pela Tanita e pelo somatório das quatro pregas cutâneas (bicipital, tricipital, subescapular e suprailíaca), a circunferência braquial, da cintura e do quadril e o comprimento de perna. As técnicas utilizadas foram as propostas na literatura. As adolescentes responderam a um inquérito sobre os fatores de risco, registraram a sua atividade física durante 24 h, e 20% do total amostral foi sorteado para aferição do gasto energético basal, através do monitor Deltratac II. Calculou-se a Odds Ratio, considerando-se como significantes os valores de p<0,05. Os dados foram analisados pelo software Epi Info e Sigma Stat. Os grupos não se diferiram quanto à idade cronológica, etnia informada, peso ao nascer, aleitamento materno, tempo de aleitamento, uso de dieta para emagrecer, tabagismo e presença de enfermidades crônico-degenerativas nos familiares. Quanto às variáveis antropométricas, não se observou diferença na estatura, no comprimento de perna, na massa magra e no IMCLG. O número de refeições realizadas, o consumo energético total, a inadequação dos nutrientes da dieta analisados segundo as DRIs, as preferências e a freqüência alimentar de consumo, também, não foram significantemente diferentes, com exceção das hortaliças cruas cujo consumo foi maior para o grupo de estudo. O consumo de bebidas alcoólicas foi maior no grupo de estudo que no controle. O grupo de estudo apresentou peso, circunferência da cintura, do quadril, gordura em quilos, IMC e tempo gasto em atividades sedentárias superiores ao grupo controle. Esse tempo maior refletiu em maior gasto energético nessas atividades. A taxa metabólica basal e o metabolismo basal de gordura foi maior nas adolescentes do grupo controle que no de estudo. Um maior número de adolescentes do grupo de estudo omitia o desjejum, possuía menor consumo de carboidratos em gramas, e menor percentual destes na dieta com maior porcentagem de proteínas em relação ao VET total. Apresentaram- se mais inadequadas em relação às recomendações propostas pela SBAN, e tinham um consumo maior de alimentos diet/light ou desnatados que o grupo controle. Os fatores de risco para a gordura corporal elevada foram o uso de adoçantes e produtos diet/light, ou desnatados, omissão do desjejum, consumo de bebidas alcoólicas, presença de obesidade na infância, baixo consumo de carboidratos, consumo de proteínas acima de 12% do VET e idade da menarca menor que 12 anos.Verificou-se a importância de avaliar a composição corporal detalhada e não simplesmente a utilização do IMC para classificação do estado nutricional de adolescentes, uma vez que o IMC não prevê o excesso de gordura corporal. Alguns fatores biológicos e sociais estão associados ao elevado percentual de gordura corporal. Na vida adulta, o excesso de gordura corporal está associado ao aumento de peso e este, por sua vez, com o aumento da morbimortalidade. Alguns dos fatores de risco encontrados são, também, fatores de risco para a obesidade e devem ser tratados com cautela. Com a análise da composição corporal e desses fatores, pode-se fazer um diagnóstico precoce do excesso de gordura corporal, propor intervenções e modificações nos hábitos inadequados.