Disseminação de fenótipo de resistência a antimicrobianos e mecanismos de efluxo multidrogas em atenção primária à saúde de Viçosa – MG, no âmbito da saúde única

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lopes, Ilderlane da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Medicina Veterinária
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/31994
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2023.248
Resumo: A resistência a antimicrobianos representa uma ameaça à saúde pública em razão do número crescente e alarmante das infecções causadas por superbactérias. Entre os mecanismos de resistência, o sistema de efluxo multidrogas (SEM) tem revelado importante papel no surgimento de multirresistência. Estudos têm sido realizados em locais de assistência à saúde de maior complexidade, no entanto, é relevante estudar outros ambientes de saúde e inserir o contexto da saúde única. Neste sentido, objetivou-se verificar a disseminação de fenótipo de resistência aos antimicrobianos e mecanismos de SEM da Atenção Primária à Saúde de Viçosa-MG. Para tanto, no período de março e abril de 2019, foram realizadas entrevistas (questionários) e coletas (swabs) de amostras de focinhos dos animais e das mãos de humanos (usuários e profissionais de saúde) e do ambiente pertencentes às três Unidades Básicas de Saúde (UBS) selecionadas. Posteriormente, foram realizados o isolamento, identificação e investigação do perfil de resistência aos antimicrobianos. Os isolados resistentes foram submetidos à pesquisa genotípica dos SEM e os que continham tais genes foram submetidos às provas da Concentração Inibitória Mínima (MIC), na presença e ausência de inibidores (Carbonil Cianida m-Clorofenilhidrazona – CCCP e Fenil-Arginil-β-Naftilamida - PAβN) de SEM e realizado a quantificação do SEM. Por fim, caracterizou-se os isolados através de PCR fingerprint para verificar a disseminação dos isolados no contexto da saúde única. A participação feminina foi expressiva, sendo 76 (68,47%) e 59 (71,95%) entre usuários e profissionais, respectivamente. O público de usuários foi composto de 61 (54,9%) de nível de escolaridade fundamental incompleto. Observou-se que existem falhas quanto ao processo de higienização das mãos, entre usuários e profissionais, o que é somatizado pelo fato de algumas UBS não possuirem materiais suficientes para a realização do procedimento, assim como por não obterem treinamentos sobre o assunto. Obteve-se 1.536 microrganismos das mãos de humanos, dos ambientes das três UBS e de cães semidomiciliados, sendo que os microrganismos mais prevalentes entre as três esferas estudadas foram Staphylococcus coagulase negativa (CoNS), leveduras e Bacillus spp. Porém foi possível detectar S. aureus e bactérias Gram- negativas (K. pneumoniae, Enterobacter spp., Pantoea spp. e Acinetobacter pittii) em cães e humanos. Dos 38 S. aureus, 22 (57,9%) e 21 (55,27%) foram resistentes à penicilina e à eritromicina, respectivamente. Todos foram sensíveis ao cloranfenicol, trimetroprim, norfloxacina, nitrofurantoína, sulfazotrim e linezolida. Verificou-se resistência de 4 (50%) Klebsiella pneumoniae à ampicilina, amoxicilina, nitrofurantoína e sulfonamidas; 5 (62,5%) Enterobacter spp. foram resistentes à amoxicilina e sulfonamidas e 4 (50%) resistente à ampicilina. Todos foram sensíveis à tetraciclina, gentamicina, norfloxacina, sulfazotrim, trimetroprim, cloranfenicol e doxiciclina. O gene norC foi detectado nos 38 (100%) isolados de S. aureus, seguido por tet38, lmrS e norB (97,4%) e gene norA presente em 94,74% dos isoldos. AcrA estava presente em 100% dos isolados Gram negativos, seguido de acrB em 100% dos isolados de K. pneumoniae, em 5 (62,5%) dos Enterobacter spp.e em 6 (85,7%) Pantoea spp. Quanto à resistência fenotípica associada ao SEM comparando os valores da MIC na presença e ausência do CCCP, para S. aureus e de PAβN, para isolados Gram- negativos, não foi observada redução dos valores da MIC. Porém, houve atividade do SEM em 33 (100%) S. aureus testados e para três isolados Gram-negativos. Observou-se que existe uma diversidade de agentes nas UBS, destacando Staphylococcus aureus e isolados Gram-negativos resistentes e que contêm genes de SEM que indica circulação e disseminação destes, entre animais e humanos (usuários e profissionais de saúde) e entre as UBS avaliadas. Palavras-chave: Saúde Única. Atenção Primária à Saúde. Epidemiologia molecular.