Estrutura e conduta da indústria de medicamentos fitoterápicos do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Silva, Andréia de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8932
Resumo: O aumento da demanda pelos medicamentos fitoterápicos, o grande potencial da biodiversidade brasileira, bem como a recente aprovação da lei de patentes, aliada ao crescente interesse da indústria de medicamentos em novos nichos de mercado, concomitantemente às profundas reformulações na normatização técnica para a produção e comercialização destes medicamentos, trouxeram como conseqüência a necessidade de ajustes nas estratégias competitivas no segmento de fitoterápicos. Neste trabalho procurou-se descrever a estrutura de mercado e as principais variáveis de conduta das empresas do segmento de medicamentos elaborados à base de plantas da indústria farmacêutica brasileira. Foi objetivo, ainda, analisar a estrutura da indústria de medicamentos fitoterápicos no país (número de vendedores, diferenciação de produtos e barreiras à entrada), determinar e quantificar o tamanho deste mercado (por empresa produtora, produto de marca, planta e indicação terapêutica), identificar, qualitativamente, as principais estratégias das empresas do segmento, com destaque à variável investimento em tecnologia, no período de 1999 a 2001. A metodologia do trabalho está sustentada na teoria da organização industrial e em suas relações com a estrutura, conduta e desempenho das indústrias. Para a análise e dimensionamento do mercado a fonte de dados utilizada refere-se a informações obtidas junto ao IMS (empresa de auditoria do mercado farmacêutico), no tocante a vendas; quanto a registros, no banco de dados do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; e quanto à prescrição, no Dicionário de Especialidades Farmacêuticas. Na identificação das principais estratégias do setor quanto aos investimentos, os dados foram coletados por meio de um censo entre as empresas produtoras de medicamentos com a aplicação de um questionário, via postal e via correio eletrônico, elaborado para tal fim. Os resultados do trabalho indicam que a referida indústria passa por um processo de ampla reestruturação de mercado. Retrata uma grande poluição neste mercado composto por produtos sem validação em termos de qualidade, eficácia e segurança no uso, sendo comercializados conjuntamente a produtos certificados, com elevado valor agregado, onde os imperativos preconizados pela legislação brasileira para este setor caracterizam-se como barreira institucional qualitativa à entrada. A pesquisa dimensiona a participação dos fitoterápicos no mercado total de medicamentos, sendo de 2,82%, em valores, e 2,87%, em unidades vendidas. Os resultados identificam um mercado concentrado, principalmente no tocante à indicação terapêutica. Apontam, ainda, a predominância da planta Ginkgo biloba como base dos produtos em comercialização. No que se refere à conduta, o segmento não se caracteriza pela verticalização da produção; as empresas que realizaram investimentos em tecnologia atuam de forma mais expressiva em fitoterápicos do que em farmoquímicos. Adotam na comercialização a estratégia de apresentação do produto junto à classe médica, sendo esta seguida pelos descontos às distribuidoras, onde as decisões de investimentos para as empresas mais tradicionais no mercado e de menor porte teriam sido norteadas pelas exigências para certificação; para as demais, pela busca por novos mercados. Os resultados evidenciam, por fim, um considerável crescimento nos níveis de investimento indicando ser este um mercado dinâmico e promissor.