Biocondicionamento ex-situ do solo e rejeito do ambiente afetado pelo rompimento da barragem de Fundão - Mariana/MG
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Solos e Nutrição de Plantas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br/handle/123456789/32419 |
Resumo: | O rompimento da barragem de Fundão em Mariana/MG acarretou o mais grave desastre socioambiental brasileiro. O evento alcançou não só os ecossistemas da bacia hidrográfica do rio Doce, mas toda a população que nele vive e de alguma forma, faz uso do rio. Todo caos resultante levantou uma série de questionamentos, relacionados à possível nocividade dos elementos químicos presentes no solo e água, à saúde vegetal e animal, as quais ainda não estão suficientemente esclarecidas devido à heterogeneidade e complexidade do desastre. Dados já descritos demonstram que a presença desses elementos podem não ser advindos diretamente da lama de rejeito, contudo a proporção e volume lançados provavelmente revolveu e suspendeu sedimentos pré-existentes, que continham elementos químicos nocivos no leito dos rios. Dentre a enorme gama de problemas gerados e suas repercussões, esta pesquisa visa discutir o trabalho exercido pelas minhocas na remodelagem física e química dos solos do trecho atingido pela deposição de sedimentos. A passagem do rejeito dizimou a biodiversidade presente em diversos níveis ecossistêmicos do rio e planícies adjacentes, soterrando quilômetros de áreas produtivas, que em poucos minutos foram recobertas por uma camada densa de material de espessura variável, dificultando sua recuperação e manutenção das cadeias tróficas e ciclos hídricos. Realizou-se experimento com técnicas de modificação edáfica, avaliando os efeitos da toxicidade do material e o condicionamento do rejeito coletado em ilhas de refluxo no rio Doce, próximos a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, misturados ou não aos solos da região, visando a avaliação de um possível novo ambiente edáfico menos nocivo à vida, com o uso do biocondicionamento realizado pelas minhocas. Um bioensaio crônico foi realizado para avaliar o comportamento das minhocas e quantificar a capacidade de alterar as características físicas, químicas e biológicas dos sedimentos em diferentes proporções de rejeito. O desenho experimental foi composto de 15 aquários de vidro, montados e monitorados durante 12 semanas. As amostras de solo e rejeito utilizadas para as avaliações foram coletadas no município de Rio Doce. Como bioindicadora da qualidade dos solos atingidos pelo rejeito, foi utilizada nos testes a minhoca Pontoscolex corethrurus (Müller, 1857), por ser uma espécie nativa, de ampla distribuição geográfica (pantropical), e endogeica (hábitos alimentares geófagos). Os resultados do presente estudo demonstraram efeitos benéficos no acréscimo de C e N em coprólitos, alterações em parâmetros de fertilidade e composição química através de processos realizados pela mistura de matéria orgânica e minhocas aos substratos. Foram encontrados elevados teores de Fe, Al e Mn no rejeito e contaminações de Cr no solo e Cd no solo e rejeito. Foi verificado que o rejeito é extremamente deficiente em atributos de fertilidade e parâmetros físicos, que foram alterados com os tratamentos. O fator de bioacumulação relativo ao tecido das minhocas revelou que doses crescentes de rejeito acumulam metais, sendo representativos para Fe, Mn, Al, Zn, Ni, Cu, Co, Ba, Cr, V. Para o Pb a maior bioacumulação foi verificada nas unidades experimentais contendo solo, sem rejeito. O fator de bioacumulação nos coprólitos revelou tendência de concentração com o acréscimo de rejeito para Fe, Mn, Al, Ni, Cu, Co, Ba, Cr, V e Pb |