Análises técnica e econômica da geração de créditos de carbono em projetos florestais na região de Viçosa, MG
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de Mestrado em Ciência Florestal UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/3078 |
Resumo: | O objetivo geral do trabalho foi fazer análises técnica e econômica da geração de créditos de carbono em projetos florestais na região de Viçosa, MG. O estudo foi desenvolvido no Parque Tecnológico de Viçosa, que tem em sua área um Fragmento de Floresta Estacional Semidecidual Montana, com 44,11 ha, plantios florestais de restauração florestal e Sistemas Silvipastoris com eucalipto, cedro australiano e espécies nativas (Anadenanthera peregrina, Piptadenia gonoacantha, Apuleia leiocarpa, Plathymenia foliolosa, Copaifera langsdorffii, Hymenaea courbaril). O trabalho foi divido em quatro capítulos. No primeiro capítulo, analisou-se a estrutura florística e fitossociológica da floresta nativa existente na área de estudo. Para essas avaliações, foram lançadas 22 parcelas com 500 m2 (10 x 50m), em que todos os indivíduos com DAP≥ 5 cm tiveram sua circunferência na altura do peito (1,30 m) e sua altura total mensuradas. A composição florística constou de 40 famílias, 95 gêneros e 135 espécies. O índice de diversidade de Shannon-Weaver (H ) para a área estudada foi de 3,94. As espécies que se destacaram no índice de valor de importância volumétrica foram Piptadenia gonoacantha, Mabea fistulifera, Anadenanthera peregrina, Apuleia leiocarpa , Siparuna guianensis, Eucalyptus sp., Matayba elaeagnoides, Bathysa nicholsonii, Annona sp., contribuindo com 39,36% para este índice. No segundo capítulo, foram quantificadas a biomassa e a estocagem de carbono nessa mesma área. Para isso, foram utilizadas duas metodologias distintas, uma com equações regionais e outra sugerida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPCC). A biomassa média para as espécies com DAP≥ 5 cm foi de 98,46 t ha-1, utilizando equações regionais e 89,41 t ha-1, com a sugerida pelo IPCC. Essa metodologia subestima em 9,11% a biomassa, em relação às equações regionais. A estocagem média de carbono foi de 46,76 e de 42,03 para a metodologia, utilizando equações regionais e pelo IPCC, respectivamente. A metodologia do IPCC subestima em 10,04% o carbono em relação às equações regionais. A biomassa média do sub-bosque, indivíduos vivos com DAP < 5 cm, foi de 6,96 e 5,10 t ha-1, e a estocagem de carbono foi de 3,73 e 2,40 t ha-1 para a metodologia utilizando equações regionais e pelo IPCC, respectivamente. A biomassa média para a serapilheira foi de 11,57 e 11,54 t ha-1, para a metodologia utilizando equações regionais e para a do IPCC, respectivamente. A estocagem média de carbono foi de 5,82 e 4,27 t ha-1, utilizando equações regionais e para a do IPCC. A metodologia do IPCC tem como característica subestimar a biomassa e o carbono em relação às equações regionais. No terceiro capítulo, foram avaliados a sobrevivência e o crescimento inicial das espécies plantadas em uma área no Parque Tecnológico de Viçosa. O plantio foi realizado utilizando um Delineamento em Blocos Casualizados (DBC), em que foram estabelecidos quatro blocos. Em cada bloco, foram aplicados quatro diferentes espaçamentos (2x2m, 3x3m, 3x4m, e 3x5m), sendo que as espécies plantadas pertencem a diferentes categorias sucessionais (pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e sem caracterização). Nas parcelas, foram avaliados a sobrevivência, o diâmetro ao nível do solo e a altura total das espécies. A sobrevivência foi de 82,97%, 82,98%, 77,69% e 77,74% para os espaçamentos 2x2, 3x3 3x4 e 3x5, respectivamente, não havendo diferença estatística entre eles pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade. O diâmetro ao nível do solo médio das espécies foi de 25,48mm, 23,78mm, 24,03mm e 23,66 para os espaçamento 2x2, 3x3 3x4 e 3x5, respectivamente, não existindo diferença estatística entre eles. A altura total média para as plantas foi de 120,73 cm, 120,42; 112,83 e 112,99 cm, para os espaçamentos 2x2, 3x3 3x4 e 3x5, respectivamente, não existindo, também, diferença estatística entre eles. As espécies pioneiras e secundárias inicias foram as que obtiveram maiores valores de diâmetro ao nível do solo e altura total, respectivamente. As espécies Plathymenia foliolosa e Platypodium elegans se destacaram tanto em relação ao diâmetro ao nível do solo, quanto na altura. No quarto capítulo, avaliou-se a viabilidade econômica de projetos florestais com a inclusão de créditos de carbono. Para isso, foram analisados separadamente a floresta nativa (REDD), as áreas de restauração florestal e os Sistemas Silvipastoris com eucalipto, com cedro australiano e com espécies nativas. Para cada projeto, foram calculados a estocagem de carbono, os custos e as receita para um horizonte de planejamento de 30 anos. Os critérios econômicos utilizados foram Valor Presente Líquido (VPL), Valor Anual Equivalente (VAE) e Taxa Interna de Retorno (TIR). Em todos os cenários estudados, a inclusão dos créditos de carbono proporcionou um aumento no VPL, VAE e TIR. Em termos percentuais, os créditos elevaram o VPL e VAE em 10,26%, 13,81%, 12,65%; 6,96% e 5,20%, no REDD, restauração florestal, Sistema Silvipastoril com espécies nativas, eucalipto e cedro australiano, respectivamente. Em relação à TIR, o Sistema Silvipastoril com espécies nativas obteve um aumento de 1,35%, com eucalipto de 3,53% e com cedro australiano de 1,58%. Pode-se concluir pelo trabalho que, em função de a metodologia do IPCC subestimar o carbono estocado nas florestas, é necessário ajustar equações para cada fitofisionomia a fim de obter estimativas mais precisas. Estudos sobre sobrevivência e crescimento das espécies podem servir para diminuir as incertezas relacionadas aos projetos florestais e, com isso, incrementar sua inserção no mercado de carbono. Para que pequenas propriedades sejam inseridas em projetos de créditos de carbono, é necessário que sejam organizadas em cooperativas e/ou associações. |