Valoração econômica das unidades de conservação da Serra de São José, MG: abordagem da disposição ao trabalho voluntário
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos Mestrado em Economia Aplicada UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/32 |
Resumo: | A Serra de São José está localizada no Estado de Minas Gerais, nas cidades históricas de Tiradentes, São João del Rei e Prados, bem como nos municípios de Santa Cruz de Minas e Coronel Xavier Chaves. Sua vegetação é composta por remanescentes da mata atlântica, campo rupestre, cerrado e matas de galeria. Nessa serra também existem diversas espécies de orquídeas e várias piscinas naturais. Além disso, a serra abriga muitas espécies de libélulas, anfíbios, aves e algumas espécies de mamíferos ameaçados de extinção (lobo-guará, jaguatirica, entre outros). Em virtude desse rico patrimônio natural, o governo do Estado de Minas Gerais decretou duas unidades de conservação na área da serra, quais sejam, uma Área de Proteção Ambiental (APA) e um Refúgio de Vida Silvestre (REVS), que foram criadas em 1990 e 2004, respectivamente. Contudo, apesar de ser protegida por decretos, a Serra de São José tem sido degradada pela urbanização desordenada, venda ilícita de orquídeas, queimadas, trilhas de motocicletas, mineração etc. Diante desse contexto, o principal objetivo do presente trabalho foi estimar o valor econômico dos serviços ambientais providos pela Serra de São José no município de Tiradentes, MG. Para isso, aplicou-se o método da valoração contingente, usando como medidas de valoração as variáveis disposição a pagar (DAP) e disposição ao trabalho voluntário (DATV). Os dados dessas variáveis e outros dados relevantes foram coletados em uma pesquisa de campo, em que foram entrevistados 218 moradores de Tiradentes, em 2008. Destes moradores, 72,48% estariam dispostos a pagar e 75,23% estariam dispostos a trabalhar voluntariamente, ou seja, grande parte dos entrevistados se dispôs a pagar e a trabalhar voluntariamente para conservar e preservar os serviços ambientais fornecidos pela Serra de São José. As maiores médias da DAP pertenciam aos entrevistados que recebiam, individualmente, 3,5 salários mínimos por mês, possuíam ensino técnico, estavam na faixa etária 18-25 anos, eram do sexo feminino, visitavam a serra atualmente e pretendiam visitá-la no futuro. Por sua vez, os maiores valores médios da DATV, medida em horas, foram daqueles moradores que recebiam, individualmente, 1,5 salários mínimos por mês, possuíam o terceiro grau completo, encontravam-se na faixa etária 25-32 anos, eram do sexo masculino, nunca visitaram a serra, mas pretendiam visitá-la no futuro. Ademais, quando a quantidade de horas de trabalho voluntário foi convertida em termos monetários pelo valor do salário-hora de cada entrevistado, verificou-se que as maiores médias da DATV monetária pertenciam aos moradores que tinham renda individual mensal de cinco ou mais salários mínimos por mês, eram pós-graduados, estavam na faixa etária 46-53 anos, eram do sexo masculino e nunca visitaram a serra, mas pretendiam visitá-la no futuro. Quanto às estimativas do valor econômico, para que estas fossem consistentes e confiáveis, somente foram utilizados os dados da DAP e da DATV dos moradores que apresentaram uma consciência ecológica, conheciam previamente os problemas ocorrentes na serra, consideraram a mesma relevante, não responderam valores discrepantes e não apresentaram vieses. Sendo assim, utilizando a mediana, estimou-se que os entrevistados pagariam, individualmente, R$ 10,00 por mês para melhorem o fluxo dos serviços ambientais da Serra de São José. Já o valor mediano da DATV individual foi de R$ 22,64 por mês. Estes valores individuais, ao serem multiplicados pelo número de habitantes residentes na zona urbana de Tiradentes, resultaram em R$ 588.840,00 e R$ 1.333.133,76; os quais são os valores econômicos anuais obtidos a partir da DAP e da DATV, respectivamente. Como se observa, o valor econômico da DATV é mais que o dobro do valor da DAP, ou seja, por meio do trabalho voluntário, os moradores dessa cidade agregariam maior valor aos serviços ambientais da serra. Estes valores poderão ser utilizados pelos órgãos responsáveis pela proteção da Serra de São José, seja para a alocação de recursos públicos, seja como parâmetros para execução de sanções nos casos de degradação desse relevante recurso natural. |