Diagnóstico do setor florestal no município de Cotriguaçu, Mato Grosso: perspectivas e desafios na percepção dos dirigentes das empresas florestais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Finger, Felipe Augusto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de
Mestrado em Ciência Florestal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3139
Resumo: O presente trabalho teve como principal objetivo caracterizar a atividade florestal em Cotriguaçu, Mato Grosso, identificando e evidenciando, sob a ótica dos dirigentes das empresas florestais, potencialidades, barreiras e desafios para o desenvolvimento florestal sustentável do pólo. Para isso, procedeu-se um amplo diagnóstico quantitativo e qualitativo da atividade florestal no município. A coleta dos dados se deu junto aos dirigentes das empresas florestais locais através da realização de entrevistas. Um roteiro constituído de questões fechadas, semifechadas e abertas, serviu como instrumento de apoio aos trabalhos de campo. Esse roteiro foi previamente estruturado em gabinete e, já no local de pesquisa, antes do início das entrevistas, submetido a um pré-teste para adaptações e ajustes finais. Também constituíram fontes de informações para a pesquisa: entrevistas e conversas informais com empresários e profissionais do setor florestal do município; reuniões com representantes do setor florestal local; e visitas às instalações industriais das principais empresas do pólo. Imediatamente após a conclusão dos trabalhos de campo foram feitas as transcrições das entrevistas. Em seguida, as informações qualitativas foram categorizadas para análise e os dados quantitativos processados e analisados via software Microsoft Excel. Foram identificadas 26 empresas relacionadas com a produção de madeira no município. Fatores como o difícil acesso a determinados locais e a indisponibilidade de alguns dirigentes, limitaram a abrangência da pesquisa a apenas 18 empresas. Constituiu objeto de análise, o período de atividade referente ao ano de 2003. Nesse ano, das 18 empresas avaliadas, apenas 15 operaram. Foram consumidos durante esse período cerca de 137,96 mil metros cúbicos de madeira em tora, o que resultou em uma produção total de 69,1 mil metros cúbicos, dentre serrado bruto (34%), madeira beneficiada (24%) e laminados (42%). Dessa produção, 68% foi escoado para o mercado interno e o restante exportado. Essas 15 empresas ainda foram responsáveis pela geração de 636 empregos diretos, sendo a maior parte na área industrial (83%). Por outro lado, constatou-se que a atividade florestal em Cotriguaçu vem se expandindo sobre bases insustentáveis. Cerca de 65% do volume consumido no período analisado, originou-se de desmatamentos e de extrações ilegais. Verificou-se a existência de uma interação complexa de fatores influenciando a atuação das empresas e determinando a baixa participação do manejo florestal no suprimento de matéria-prima das indústrias do pólo. A concorrência desleal imposta pela ilegalidade e a burocracia excessiva que rege os processos de elaboração e aprovação de um plano de manejo florestal foram considerados grandes desestímulos à mudança de postura dos empresários locais com relação a forma de utilizar a floresta. O grande volume de madeira de origem ilegal e os indícios contundentes de irregularidades nas atividades de fiscalização apontam a grande vulnerabilidade dos mecanismos de fiscalização e controle. Considerando o atual cenário de desenvolvimento do setor florestal local, concluiu-se que a interrelação de todos estes fatores observados concorre para a inviabilização, em médio prazo, da atividade florestal no pólo, sustentando a hipótese do possível subdesenvolvimento local com a perpetuação do ciclo boom-colapso.