Fatores ambientais e individuais associados à obesidade em população adulta do município de Viçosa - MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Fernanda Maria Oliveira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/23753
Resumo: A obesidade é uma doença complexa e multifatorial, resultando da interação de genes, fatores ambientais, psicossociais e de estilos de vida. Sua complexa etiologia demanda elaborada estratégia de saúde pública, uma vez que somente as características individuais não são capazes de elucidar a expansão de sua prevalência em nível populacional. Estudos sugerem que características do contexto ambiental em que as pessoas estão inseridas podem dificultar ou favorecer o ganho de peso, no entanto a maioria foi realizada em países desenvolvidos. Assim, o presente estudo teve como objetivo analisar a relação entre as variáveis ambientais e individuais e a obesidade em população adulta do município de Viçosa – MG. Trata-se de um estudo epidemiológico transversal analítico. Dados individuais, previamente coletados por estudo de base populacional, juntamente com dados ambientais coletados na cidade foram georreferenciados a partir dos endereços. A amostra incluiu 965 indivíduos adultos na faixa etária de 20 a 59 anos, de ambos os sexos, residentes na zona urbana. A variável desfecho foi a obesidade, definida por índice de massa corporal (IMC≥30 kg/m 2 ). Os dados individuais foram coletados por meio de questionários e contemplaram características sociodemográficas, antropométricas, comportamentais e de percepção de saúde. Os dados ambientais, coletados de forma objetiva, contemplaram os estabelecimentos de prática de atividade física e de venda de gêneros alimentícios. Obtiveram-se ainda dados de área, população e renda média mensal dos setores censitários disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e sobre criminalidade por meio da Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais. Os estabelecimentos de venda de alimentos e locais para a prática de atividade física foram avaliados pela medida de densidade de estabelecimentos por setor censitário. O ambiente alimentar foi classificado em quatro categorias: supermercados e estabelecimentos com predominância de alimentos saudáveis, não saudáveis e mistos. Os locais para a prática de atividade física foram categorizados em públicos e privados. Para caracterização do ambiente social utilizou-se a renda per capita (razão entre o total do rendimento nominal mensal dos domicílios particulares permanentes e população residente em domicílios particulares permanentes), categorizada em tercis e a taxa de criminalidade (total de homicídios, estupro, sequestro, roubos, furtos/1000 habitantes), avaliada de forma contínua. Realizou-se análise de regressão logística binária pelo modelo de equações de estimativa generalizadas (GEE). Na análise múltipla, verificou-se associação inversa e independente entre a densidade dos locais públicos e privados para a prática de atividade física (OR=0,95, IC: 0,92-0,99; OR=0,98, IC: 0,97-0,99) e obesidade. Em todos os modelos o tercil mais alto de renda per capita associou-se inversa e independentemente à obesidade (OR=0,41, IC: 0,25- 0,67; OR=0,45, IC: 0,25-0,81; OR= 0,43, IC: 0,27-0,66; OR=0,44, IC: 0,28-0,70; OR=0,59, IC: 0,38-0,93, respectivamente). As variáveis individuais: idade, tempo de tela e ser ex- fumante associaram-se diretamente a obesidade enquanto autorrelato de saúde positivo associou-se a menores chances de obesidade (p≤ 0,05). As variáveis do ambiente alimentar e as taxas de criminalidade não foram independentemente associadas à obesidade. Tais achados demonstram que a renda e disponibilidade de estruturas públicas e privadas para prática de atividade física, associadas a algumas características individuais podem direcionar políticas públicas para diminuição da prevalência de obesidade no município.