Desenvolvimento testicular, ponderal e uso de modelos não-lineares para descrever a curva de crescimento do perímetro escrotal em bovinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Castaño Villadiego, Faider Alberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/18682
Resumo: O objetivo deste estudo foi avaliar o crescimento testicular e biometria testicular in vivo e post-morten em bovinos de raça Nelore e mestiços Nelore x Aberdeen Angus, alimentados com diferentes dietas (Silagem de cana de açúcar/bagaço de cana, cana de açúcar in natura e silagem de milho) criados em confinamento imediatamente após a desmama (oito meses de idade) até o término da fase de terminação (15 meses). Foram utilizados 112 tourinhos da raça Nelore e mestiços Nelore x Aberdeen Angus (nos três experimentos) com idade média entre oito a nove meses e peso corporal de 230 a 270 kg. Este estudo foi conduzido em três fases. Nos experimentos 1 e 2, o manejo dos animais foi conduzido em seis baias coletivas, e no experimento 3 o manejo dos animais foi conduzido em baias individuais. Nas duas primeiras fases experimentais o manejo foi em baias equipadas com sistema de porteiras eletrônicas (tipo Calan Gate) que permitiam acesso ao cocho individualmente. Em todas as baias a água foi fornecida ad libitum. Foram realizadas medidas de biometrias testiculares, perímetro escrotal (PE), comprimento do testículo esquerdo (CTE) e direito (CTD), largura do testículo esquerdo (LTE) e direito (LTD), em todos os animais e realizadas em intervalos de 28 dias durante o período experimental e após o abate. Após a obtenção das gônadas, foram coletados dois fragmentos testiculares por animal e acondicionados em solução fixadora de Bouin por 18 horas, os fragmentos foram transferidos e acondicionados em álcool 70 %. Posteriormente, os fragmentos testiculares foram submetidos ao processo de desidratação em soluções alcoólicas em concentrações crescentes e sucessivas por 60 minutos cada. Após a desidratação, os fragmentos foram embebidos em xilol e incluídos em parafina. Posteriormente, com auxílio de um micrótomo, realizou-se os cortes dos fragmentos com 4 μm de espessura e montados em lâminas histológicas e procedeu-se a coloração com hematoxilina / eosina e as lâminas montadas com Entellan. No Experimento I, durante a fase de crescimento dos tourinhos alimentados com silagem de cana de açúcar, houve diferença dos valores médios do peso corporal dos animais do tratamento de alto desempenho na fase de crescimento em relação aos valores obtidos no tratamento com baixo desempenho na fase de crescimento (p<0,05), e na fase de terminação utilizando bagaço de cana de açúcar, os valores médios para peso corporal e biometrias testiculares post-morten dos animais não apresentaram diferença entre os tratamentos (p>0,05). Analisando o diâmetro tubular e altura do epitélio seminífero na fase de crescimento não se verificou diferença entre os valores médios dos animais nos diferentes tratamentos (p>0,05). Porém, ao comparar as fases de crescimento e fase de terminação verificou-se diferença entre os valores médios dos diâmetros dos túbulos seminíferos (p<0,05), sendo maiores na fase de terminação. Os valores médios da altura de epitélio seminífero dos animais no tratamento de baixo desempenho na fase de crescimento e alto desempenho na fase de terminação (BA) foram maiores que os valores apresentados pelos tourinhos em fase de crescimento (p<0,05). Houve diferença no peso corporal do tratamento de alto desempenho na fase de crescimento em relação aos demais tratamentos (p<0,05). Não houve diferença dos valores médios para perímetro escrotal na idade de 10 – 11 meses de idade para os tourinhos da raça Nelore nos tratamento de alto desempenho na fase de crescimento e alto desempenho na fase de terminação (AA) e médio desempenho na fase de crescimento e alto desempenho na fase de terminação (MA). O tratamento BA diferiu do tratamento AA na mesma idade (p<0,05). Na fase de terminação houve diferença aos 16 – 17 meses de idade em relação aos demais tratamentos (p<0,05). No experimento II, não houve diferença entre peso corporal e biometrias testiculares post-morten (p>0,05). Com relação aos diâmetros dos túbulos e altura dos epitélios seminíferos, não houve diferença entre as médias obtidas nos diferentes tratamentos (p>0,05). Houve diferença para peso corporal no tratamento B quando comparados com o tratamento C para os animais de 11 – 12 e acima de 13 meses de idade (p<0,05). Houve diferença do perímetro escrotal dos tourinhos da raça Nelore acima dos 13 meses de idade em relação aos 9 – 10 e 11 – 12 meses de idade do tratamento da dieta convencional, suprimento de 100 % das exigências de Ca, P e microminerais (A), dieta convencional para suprir 100 % das exigências de microminerais, e sem adição de calcário e fosfato bicálcico (C) e dieta convencional sem adição de calcário, fosfato bicálcico e premix micromineral (D). No experimento III, os animas do tratamento com 14% PB apresentaram maiores valores médios do peso corporal em relação aos animais dos tratamentos com 10% de PB e as médias obtidas dos animais submetidos à dieta de mantença com 12% de PB não diferiu dos animais submetidos às dietas com 10 e 14 % de PB (p>0,05). Os valores médios obtidos para biometrias testiculares post-morten nos animais dos tratamentos com 10, 12 e 14% de PB foram superiores aos valores obtidos para os animais do tratamento de mantença com 12 % de PB (p<0,05). Houve interação significativa do peso corporal com faixa etária. O peso corporal dos tratamentos 10, 12 e 14 % de proteína bruta para os tourinhos da raça Nelore e Nelore x Aberdeen Angus foi maior quando comparados com os tourinhos do tratamento de mantença. Os valores médios para peso corporal dos tratamentos 12 e 14 % de proteína bruta para os tourinhos da raça Nelore não diferiram entre si (p>0,05), porém as médias obtidas para os animais do tratamento com dieta de mantença diferiram das demais médias obtidas em outros tratamentos avaliados (p<0,05). A interação da faixa etária com a raça para peso corporal diferiram para os tourinhos da raça Nelore e Nelore x Aberdeen Angus aos 14 e 16 meses de idade, quando comparados aos demais faixas etária (p<0,05). O perímetro escrotal dos tratamentos 10, 12, 14 % e de mantença não diferiram quando avaliados pela faixa etária (p>0,05). A faixa etária de 14 – 16 meses de idade dos tratamentos com dietas de 12, 14% e de mantença diferiu quando comparada com as outras faixas etárias (p<0,05). Porém, não se observou diferença do índice gonadossomático obtido para os animais nas diferentes dietas (p>0,05). Analisando o efeito dos grupamentos genéticos, os valores obtidos para peso corporal, comprimento do testículo esquerdo, largura do testículo esquerdo, volume testicular esquerdo, comprimento do testículo direito, largura do testículo direito e volume testicular foram superiores para os tourinhos mestiços Nelore x Aberdeen Angus em comparação aos tourinhos da raça Nelore (p<0,05). Outras características post-morten como, volume testicular direito, peso testicular com e sem epidídimo não se mostraram diferentes entre os grupamentos genéticos (p>0,05). Houve diferença no diâmetro dos túbulos seminíferos e altura de epitélio seminífero em animais alimentados com 14% de PB (p<0,05). No entanto, não houve diferença (p>0,05) dos valores médios obtidos nos animais dos tratamentos com 10, 14% de PB e a dieta de mantença (12 % de PB). Houve interação dos grupos genéticos com peso corporal (p<0,05). Os valores médios para peso corporal dos animais nos tratamentos com 10 e 12% de PB foram maiores nos animais mestiços Nelore x Aberdeen Angus que às obtidas para tourinhos da raça Nelore (p<0,05). Quando comparados à concentração de proteína bruta em relação ao peso corporal dos tourinhos da raça Nelore e mestiços Nelore x Aberdeen Angus, os valores médios obtidos foram maiores para os animais dos tratamentos com 10, 12 e 14 % de PB quando comparados aos animais do tratamento com dieta de mantença com 12 % de PB (p<0,05). O índice gonadossomático para os animais do tratamento de mantença com 12 % de PB foi maior para os tourinhos mestiços Nelore x Aberdeen Angus que os índices obtidos para os animais da raça Nelore (p<0,05). No segundo capítulo: o objetivo deste estudo foi comparar oito modelos não lineares para descrever a curva de crescimento do perímetro escrotal (PE) em função da idade em touros da raça Nelore em manejo extensivo. Nas análises foram utilizadas 32.635 mensurações do perímetro escrotal provenientes de 12974 touros da raça Nelore com idade entre 18 a 170 meses. Foram avaliados os modelos não-lineares Logístico, Brody, Gompertz, Richards, Von Bertalanffy, Tanaka, Exponencial negativo e Janoschek e seus parâmetros obtidos pelo método iterativo de Gauss-Newton usado para a estimação dos parâmetros para cada modelo não-linear, usando o Proc NLIN do Statistical Analysis System. O modelo Brody foi escolhido para análise dos efeitos do local de origem e do ano de nascimento dos animais sobre os parâmetros A e k. Os modelos de Richards e de Janoschek não convergiram. O parâmetro A (assíntota) foi similar para os modelos Logístico (39,87), Brody (39,95), Gompertz (39,91), Von Bertalanffy (39,92) e Exponencial negativo (39,65). O modelo Logístico estimou o maior valor para o parâmetro B (1,25), seguido do modelo Gompertz (1,00), Brody (0,80), Von Bertalanffy (0,31) e Tanaka (0,20). O parâmetro k (taxa de maturidade) apresentou a maior estimativa para o modelo Logístico (0,00264), seguido pelo modelo Gompertz (0,00245), Von Bertalanffy (0,00238) e Brody (0,00226). O modelo Tanaka estimou o ponto de inflexão aos 596 dias de idade com 31,03 cm de perímetro escrotal. O modelo Tanaka teve as melhores estimativas de ajuste dentre os modelos avaliados. O maior R 2 foi observado pelo modelo Tanaka (0,432). Os modelos assintóticos apresentaram valores médios semelhantes de R 2 . Todos os modelos não-lineares apresentaram valores semelhantes de soma de quadrados dos erros (ESS), erro médio de predição (APE) e desvio absoluto médio (MAD). O local e ano de nascimento mostraram efeito significativo sobres os parâmetros A e k. Em forma geral, todos os modelos apresentaram alguma tendência de sub ou superestimar o perímetro escrotal. Os resultados obtidos permitiram concluir que o modelo de Brody foi o mais adequado para descrever o perímetro escrotal em função da idade de touros da raça Nelore criados em manejo extensivo.