Bula da glândula metapleural de formigas cortadeiras: inferências quanto à defesa antimicrobiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Silva, Paulo Luiz da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência entomológica; Tecnologia entomológica
Mestrado em Entomologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3884
Resumo: Formigas cortadeiras apresentam interações complexas. São cultivadoras de fungo o qual é alimentado por substratos vegetais. Tanto as formigas como o fungo do jardim correm o risco de serem parasitados por microrganismos. Para defenderem tanto o fungo quanto elas mesmas, as formigas utilizam defesas antimicrobianas, como substâncias secretadas através da glândula metapleural. Sendo que esta defesa está sujeita a pressão de seleção de acordo com o risco de ataque por parasitas, variações no investimento nela podem ser consequência deste risco. Ao mesmo tempo, pode haver indivíduos com diferentes valores para a colônia, dependendo em parte na área onde são encontradas, e podem ter maior ou menor investimento em defesas contra parasitas. Diante disso o trabalho propôs verificar a variação do volume do reservatório da glândula metapleural (bula) entre espécies, colônias e tarefas de formigas cortadeiras para verificar possíveis estratégias de defesas das operárias contra patógenos. Avaliou-se também a presença de uma bactéria mutualista, que é utilizada também como defesa contra parasitismo, e a possível relação entre esta e o volume do reservatório da glândula metapleural. Foram utilizadas um total de 11 colônias de quatro espécies de formigas cortadeiras, Atta laevigata (F.Smith, 1858), Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908, Acromyrmex subterraneus brunneus (Forel, 1911) e Acromyrmex disciger (Mayr, 1887). Formigas foram coletadas de três áreas das colônias: as áreas de forrageamento, os jardins do fungo simbionte e o lixo. As informações tomadas foram: volume da bula da glândula metapleural, massa das formigas e uma estimativa do tamanho das colônias de bactéria mutualista. Análises de covariância foram utilizadas, com massa dos indivíduos como covariável, para determinar as contribuições de diversos fatores para explicar o tamanho desse órgão. Pelas análises obtidas, as duas espécies de Atta possuem bulas maiores em relação às duas espécies de Acromyrmex., provavelmente refletindo não uma maior exposição a parasitas mas uma estratégia de maior investimento em defesas. As jardineiras e as forrageadoras das espécies A. laevigata e Ac. subterraneus brunneus tiveram bulas maiores em relação às lixeiras, isto mostrando uma menor qualidade (em termos de defesas contra parasitas) das lixeiras. Neste caso, suponhamos que estes indivíduos, sendo de menor qualidade, são alocados a tarefas mais perigosas e morrerão rapidamente. Acromyrmex subterraneus brunneus foi a única que apresentou colônias de bactéria mutualista, dispostas no tórax. Houve uma relação positiva do tamanho desta colônia com o volume da bula da glândula metapleural. Essas variações nesses sistemas de defesas implicam que as formigas podem apresentar diferentes estratégias para defender o ninho contra patógenos e parasitas.