Estudos filogenéticos moleculares e taxonômicos na subtribo Arthrostylidiinae (Poaceae: Bambusoideae: Bambuseae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Costa, Cristielle de Jesus
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br//handle/123456789/25814
Resumo: Arthrostylidiinae (Poaceae: Bambusoideae), com 191 espécies e 15 gêneros, é a maior subtribo do clado dos bambus lignificados neotropicais (NWB). Suas espécies estão distribuídas predominantemente na costa Atlântica do Brasil, a qual é considerada o principal centro de diversidade da subtribo. Além da diversidade taxonômica, Arthrostylidiinae é também uma das subtribos morfologicamente mais complexas e diversa do clado NWB. Estudos filogenéticos prévios sustentam o monofiletismo de Arthrostylidiinae e registram quatro clados principais; no entanto, as relações filogenéticas internas ainda são pouco compreendidas, e existem vários gêneros polifiléticos que carecem de trabalhos filogenéticos com amostragem adequada. Esta tese compreende estudos filogenéticos moleculares e taxonômicos em quatro gêneros (Athroostachys, Atractantha, Aulonemia e Colanthelia) de Arthrostylidiinae. Athroostachys, aqui amostrado pela primeira vez em estudos filogenéticos, é um gênero monoespecífico de bambu escandente, caracterizado por apresentar complemento de ramo com três ramos subiguais e fimbrias proeminentes nas folhas do colmo e dos ramos. Atractantha é um pequeno gênero de bambus escandentes reconhecido frequentemente pela presença de canais periféricos de ar no colmo e pelas espiguetas pungentes arranjadas em sinflorescências capitadas ou escorpióides; a filogenia prévia para a subtribo sustentou o monofiletismo do gênero; porém, este foi insuficientemente amostrado. Aulonemia e Colanthelia, por sua vez, são gêneros complexos quanto à taxonomia e morfologia de suas espécies, as quais exibem significante sobreposição de caracteres morfológicos diagnósticos a nível de gênero. O estudo filogenético prévio para a subtribo sugere relacionamento próximo entre ambos os gêneros, com Colanthelia emergindo como monofilético dentro de Aulonemia. O capítulo I testa o monofiletismo de Colanthelia e investiga o relacionamento filogenético no clado Aulonemia + Colanthelia, por meio de sequências de sete marcadores moleculares plastidiais (um gene: ndhF e seis regiões não codificadoras: rpl16, rps16, trnD-trnT, trnT-trnL, rps16-trnQ e trnC-rpoB) de 73 espécies de Bambuseae. Análises Bayesianas e de Máxima Verossimilhança foram utilizadas como métodos de reconstrução filogenética. Os resultados obtidos confirmaram Aulonemia como polifilético; entretanto, Colanthelia emerge polifilético no interior do clado Aulonemia + Colanthelia. Todas as espécies de Colanthelia e a maioria das Aulonemia amostradas se agruparam no clado Aulonemia + Colanthelia. Quatro espécies de Aulonemia agruparam-se em outros clados de Arthrostylidiinae, e evidências morfológicas sustentam o estabelecimento de novos táxons para acomodar estas espécies atípicas, que claramente não se enquadram na atual circunscrição de Aulonemia. O capítulo II apresenta a descrição de uma espécie nova de Colanthelia ocorrente no Parque Nacional do Caparaó. São fornecidas descrição morfológica, ilustração, chave de identificação que inclui todas as espécies do gênero e comparação morfológica com a espécie morfologicamente mais próxima, bem como comentários sobre hábitat, distribuição e conservação. O capítulo III testa o monofiletismo de Atractantha a partir da ampliação de sua amostragem, e investiga o posicionamento filogenético de Athroostachys. Para este estudo, foram utilizadas as mesmas regiões plastidiais investigadas no capítulo I para 44 espécies amostradas de Bambuseae. Neste cenário, Atractantha emergiu polifilético. Atractantha shepherdiana é altamente sustentada como grupo irmão de Athroostachys capitata, e este clado é altamente sustentado como grupo irmão de Merostachys. Com base na filogenia molecular e em evidências morfológicas, propõe-se a transferência de A. shepherdiana para Athroostachys. A nova combinação, Athroostachys shepherdiana é proposta e uma redescrição de Athroostachys é fornecida, além de uma chave de identificação e ilustração comparativa entre ambas as espécies.