Custo de liquidez do contrato futuro de soja na BM&FBOVESPA, no período de 2010 a 2013

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Marquezin, Charles Luan
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos
Mestrado em Economia Aplicada
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/81
Resumo: O custo de liquidez é uma variável que não é diretamente conhecida pelos investidores, sendo tão importante quanto os demais custos de transação envolvidos em mercados futuros. Sua relevância deve-se a uma série de fatores, como o fato de poder resultar na redução do retorno esperado pelos investidores, de ocorrer perda de participantes potenciais no mercado, de o preço não servir mais como papel de comunicação de informação, por ser essencial para a decisão sobre a utilização de um contrato futuro, além de ser uma variável fundamental para o custo de oportunidades de hedgers e especuladores. O propósito da referente pesquisa foi analisar o custo de liquidez relativo ao contrato futuro de soja da BM&FBOVESPA e seus determinantes, no período de setembro de 2010 a fevereiro de 2013, utilizando dados intradiários, contendo 28.350 negócios realizados, 173.685 quantidades de lances de oferta para compra e 159.641 quantidades de lances de ofertas para venda. Especificamente, utilizou-se o contrato de soja devido ao grande crescimento do mercado doméstico da oleaginosa e, ao mesmo tempo, à diminuição do uso do contrato futuro de soja da BM&FBOVESPA ocorrida nos últimos anos, o que gera fortes indícios de elevado custo de liquidez do contrato. Para quantificar o custo de liquidez do mercado, foi utilizado o custo de executar trocas em intervalos muito curtos, calculado como a diferença entre a oferta de compra e a oferta de venda do contrato. A análise empírica dos determinantes do custo de liquidez foi baseada no Método dos Momentos Generalizados (GMM), gerando informações fundamentais para as decisões dos participantes que operam no mercado. Outro objetivo deste estudo foi mensurar o custo de liquidez dos modelos baseados em séries de covariância entre os preços negociados, como os de Roll (1984) e Chu et al. (1996), e modelos baseados nas variações absolutas nos preços, como os de Thompson et al. (1987) e Wang et al. (1997), que foram desenvolvidos buscando contornar a falta de informação sobre as ofertas de compra e de venda do contrato, utilizando somente os valores dos preços efetivamente negociados. Os resultados mostraram que existe grande concentração das negociações em poucos contratos, e a maior média geral do custo de liquidez foi de U$$ 0,88 para o contrato com vencimento em novembro de 2011, representando 2,98% do total do volume do contrato. No entanto, para os vencimentos em que ocorreram maiores negociações, o custo de liquidez médio foi de U$$ 0,16 para o contrato com vencimento em maio de 2011, o que representa apenas 0,54% do volume do contrato. Quanto aos determinantes, os resultados identificaram que volume negociado, número de contratos abertos, dias para a expiração do contrato e tendência positiva dos preços são negativamente relacionados com o custo de liquidez, enquanto o volume médio por transação é positivamente relacionado. As demais variáveis testadas no modelo variabilidade diária dos preços, dummies dos relatórios governamentais (americano e brasileiro) e dummies para os dias da semana não foram significativas na estimação. Em se tratando dos modelos de Roll (1984), Chu et al. (1996), Thompson et al. (1987) e Wang et al. (1997), as quatro metodologias apresentaram elevadas correlações entre elas, porém todas apresentaram em média - 60%, quando comparado ao custo de liquidez estimado por meio da diferença entre a oferta de compra e a oferta de venda do contrato, em intervalos muito curtos. Conclui-se que os contratos futuros de soja da BM&FBOVESPA apresentaram elevados custos de liquidez quando comparados aos resultados dos estudos internacionais, principalmente para os contratos com baixo volume de negociações. Assim, os agentes do mercado devem ficar atentos aos contratos a serem utilizados, para que não ocorra prejuízo devido ao custo de liquidez.