Emissões da indústria de minério de ferro como fatores de risco ecológico em espécies ocorrentes na restinga de Anchieta, Espírito Santo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Kuki, Kacilda Naomi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática
Doutorado em Botânica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/381
Resumo: A vegetação de restinga localizada no litoral do estado do Espírito Santo encontra-se exposta à contaminação por poluentes emitidos pela atividade das indústrias mineradoras de ferro, o minério de ferro em pó e a deposição úmida ácida. Os possíveis efeitos das emissões sobre a vegetação foram avaliados mediante das alterações bioquímicas, fisiológicas e ecológicas, em cinco espécies nativas: Ipomoea pes caprae, Canavalia rosea, Sophora tomentosa, Guapira pernambucensis e Schinus terebinthifolius. O monitoramento em campo revelou que a proximidade com a fonte emissora dos poluentes leva a um incremento do conteúdo de ferro nos tecidos foliares, o que pode colaborar para o desenvolvimento de toxidez. Os resultados fenológicos indicaram que as fenofases reprodutivas, floração e frutificação, são negativamente afetadas pela exposição à deposição de material sólido particulado de ferro, especialmente em S. tomentosa. Em experimentos de germinação e crescimento inicial, observou-se que a exposição à acidez e ao material sólido particulado de ferro afetou diferentemente as espécies estudas. Os resultados revelaram que G. pernambucensis e S. terebinthifolius apresentaram maior resistência, uma vez que a germinabilidade, o índice de tolerância radicular e o ganho de matéria seca total destas espécies permaneceram inalterados em todos os tratamentos, enquanto que S. tomentosa foi significativamente afetada. A deposição simulada de material sólido particulado de ferro e de névoa ácida sobre a porção aérea de S. terebinthifolius e S. tomentosa provocou o desenvolvimento de um estresse oxidativo somente em S. tomentosa. Nesta espécie, foi observada uma redução da taxa fotossintética líquida, enquanto que o extravasamento de eletrólitos, o conteúdo de ferro e de malondialdeído, nas folhas, aumentaram. Esta situação foi acompanhada por um aumento significativo na atividade de enzimas antioxidantes, superóxido dismutase e catalase. Ao contrário, as plantas de S. terebinthifolius foram capazes de impedir o desenvolvimento do estresse oxidativo, em parte por evitarem o acúmulo tóxico de ferro em suas folhas. Os resultados obtidos permitem concluir que as emissões provenientes das atividades da indústria de minério de ferro podem afetar a vegetação da restinga em seus diferentes níveis de organização e em longo prazo, provocar um declínio na quantidade e diversidade daquelas espécies mais sensíveis.