Formigas como ferramentas para avaliação da qualidade de florestas ripárias sujeitas a distúrbios antropogênicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lopes, Isabella
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br/handle/123456789/33508
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.770
Resumo: As intervenções humanas, como desastres ambientais e a conversão de florestas para usos antrópicos, têm contribuído significativamente para a degradação das paisagens naturais. As florestas ripárias, que são vegetações localizadas ao longo dos cursos de água, são particularmente vulneráveis aos impactos antropogênicos, que alteram suas condições biofísicas, funcionalidade ecológica e biodiversidade. A bacia hidrográfica do Rio Doce, no sudeste do Brasil, exemplifica os desafios enfrentados por esse ecossistema globalmente. Assim, compreender como as comunidades bióticas respondem às variações das características da paisagem é crucial para a conservação destes habitats. Neste cenário, as formigas (Hymenoptera: Formicidae), notáveis como bioindicadores, são ferramentas eficazes para avaliar o impacto de perturbações, devido à sua sensibilidade às mudanças no ambiente e aos papéis ecológicos que desempenham. Nosso estudo avaliou a influência do tipo de uso e ocupação do solo no entorno das florestas ripárias na composição e diversidade das formigas, além de analisar a complexidade do habitat local. Os resultados indicam que cada floresta ripária estudada abriga um conjunto único de espécies de formigas, com a paisagem circundante atuando como um preditor significativo dessas diferenças. Notavelmente, áreas urbanas se caracterizaram pela predominância de espécies do grupo funcional oportunistas. Além disso, a complexidade do habitat, medida pela cobertura do dossel e circunferência do tronco das árvores, foi relativamente consistente entre as florestas, exceto naquelas inseridas em uma matriz urbana, que apresentaram menor complexidade estrutural A riqueza, diversidade e equitabilidade das espécies de formigas não diferiram significativamente entre as florestas ripárias com diferentes UCS. Isso sugere que, apesar das diferenças nas paisagens circundantes, as matas ciliares do médio rio Doce mantêm níveis semelhantes de biodiversidade. Contudo, as florestas inseridas em contextos urbanos merecem atenção especial, devido ao predomínio de espécies oportunistas e à menor complexidade do habitat observado. Concluímos que a gestão das florestas ripárias deve focar não apenas na largura mínima exigida pela legislação, mas também na manutenção e melhoria da estrutura local do habitat, visando a conservação da biodiversidade e a funcionalidade ecológica dessas áreas. Palavras-chave: perturbações antrópicas; qualidade ambiental; mata ciliares; filtro ambiental; ecótonos.