Avaliação do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional nos municípios polo da Zona da Mata mineira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Gonçalves, Irene da Silva Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28723
Resumo: O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) é um Sistema de Informação em Saúde (SIS) que consolida os registros de acompanhamento do estado nutricional e de marcadores do consumo alimentar dos usuários atendidos nos serviços de Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS). Seu objetivo é auxiliar na gestão das informações da Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN), desde o registro até a geração de relatórios, contribuindo para a tomada de decisões políticas voltadas para a melhoria da situação de saúde. O estudo teve por objetivo avaliar o SISVAN em sete municípios polo da Zona da Mata de Minas Gerais. Foram utilizadas três abordagens metodológicas: um estudo observacional descritivo ecológico de série temporal de cobertura da avaliação do estado nutricional registrada no SISVAN, com dados secundários de domínio público oriundos dos SIS; um estudo de abordagem qualitativa a partir da análise de conteúdo de entrevistas realizadas com aplicação de questionário semiestruturado e por fim um estudo exploratório, do tipo avaliativo que agrega um processo estruturado de avaliação, fundamentando-se nas dimensões, Estrutura, Processo e Resultado. Em relação à cobertura do SISVAN a maioria dos municípios (n=5) apresentou tendência de aumento, embora pequeno, e os demais (n=2) se mantiveram estáveis. No que diz respeito a cobertura do SISVAN Web estratificada por fase do curso da vida, observou-se que a maior variação anual de aumento da cobertura foi concentrada no grupo de gestantes. Foi observada associação positiva com as variáveis: proporção de população rural (p<0,001) e cobertura de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) (p<0,001) e associação negativa com população total (p<0,001), densidade demográfica (p=0,006) e PIB (Produto Interno Bruto) per capita (p=0,008). Em relação às percepções dos sujeitos envolvidos em VAN, verificou-se que em relação à compreensão conceitual, os sujeitos avaliados identificaram a aplicabilidade xivdo SISVAN como instrumento de VAN, ao se destacar a função de mapeamento, avaliação e verificação da situação de saúde da população. Contudo, as condições de trabalho se apresentam incipientes revelando uma estrutura desamparada em equipamentos, espaço físico e recursos materiais. Dentro do processo de trabalho são suscitados insuficiência de carga horária de trabalho, composição da equipe e atuação fragmentada e desarticulada dos nutricionistas, em razão da inexistência de uma Rede de Atenção à Saúde (RAS) bem definida e conhecida. Não obstante, os resultados da atuação caminham na mesma direção, mostrando falta de direcionamento das ações, carência de conhecimento e investimentos gerenciais, além de não vislumbrar parcerias importantes e enriquecedoras com instituições de ensino e pesquisa. Como produto verifica-se fragilidades no gerenciamento do risco, expressada na ineficiência e ineficácia das políticas de alimentação e nutrição. O processo estruturado de avaliação revelou um sistema incipiente nas dimensões de Estrutura, Processo e Resultado, incapaz de resolver os problemas de saúde presentes no cenário epidemiológico atual. Por fim, este trabalho levanta questionamentos sobre a organização da VAN nos serviços de saúde dos territórios, apontando uma demanda urgente e importante para o monitoramento e a avaliação dos agravos nutricionais e seus determinantes.