Florística, fitissociologia e relação solo-vegetação em campo rupestre ferruginoso do Quadrilátero Ferrífero, MG
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática Mestrado em Botânica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2540 |
Resumo: | O Quadrilátero Ferrífero esta localizado em uma área de transição entre dois grandes domínios morfoclimáticos brasileiros, confrontando em sua borda oeste com o Domínio do Cerrado e em sua borda leste com o Domínio dos Mares de Morros florestados. Esta transição também ocorre em relação aos biomas Cerrado e Mata Atlântica. A vegetação associada às formações ferríferas, comuns no Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, foi denominada Campo Rupestre Ferruginoso e está associada a afloramentos de itabiritos ou jaspilitos ricos em Fe, em diversos graus de intemperismo, cujas principais ocorrências no Brasil são a serra de Carajás no Pará e o Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. Estes estão entre os ecossistemas mais ameaçados e menos estudados de Minas Gerais. Os solos sobre formações ferríferas de maneira geral são rasos, distróficos, e com alta concentração de concreções ferruginosas. Nas formações superficiais de canga, estes fatores exercem forte controle na distribuição da cobertura vegetal, submetendo a vegetação a forte pressão de seleção. Dentro deste contexto, o objetivo deste trabalho foi caracterizar os solos típicos de uma área representativa de Formação Ferrífera na borda leste do Quadrilátero Ferrífero, no município de Mariana, em Minas Gerais, estudar a relação entre atributos do solo e a distribuição de espécies vegetais ao longo de um gradiente fitofisionômico e caracterizar as diferentes fitofisionomias presentes na área. Para tanto, foram selecionados os fragmentos mais conservados pertencentes às fitofisionomias: Campo Rupestre Ferruginoso Herbáceo, Campo Rupestre Ferruginoso Herbáceo Brejoso, Campo Rupestre Ferruginoso Arbustivo e Capão Florestal. A composição florística da área foi determinada através da coleta de material fértil de forma aleatória em toda a área, as coletas foram efetuadas em intervalos bimensais, de forma a contemplar a estação seca e a estação chuvosa. A composição fitossociológica da vegetação de porte herbáceo foi determinada através da implantação de parcelas distribuídas de forma aleatória na área de estudo. Na área abrangida pelas parcelas foram determinadas a composição de espécies, o número de indivíduos, o grau de cobertura e abundância das espécies. A caracterização do solo das diferentes fitofisionomias foi realizada através da descrição de um perfil de solo representativo em cada fitofisionomia. A classificação dos solos foi realizada de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. A caracterização química e física dos solos foi realizada através da coleta sistemática de três amostras simples, em cada parcela do levantamento fitossociológico, as coletas seguiram as profundidades do perfil descrito. Para verificar a existência de diferenças entre as características químicas dos solos das fitofisionomias estudadas, realizou-se uma análise de variância (ANOVA) com o teste Tuckey para diferenças significativas (p< 0.05) para tal utilizou-se o programa Statistica 6. Foram calculados os coeficientes de correlação linear (Pearson) entre variáveis químicas dos solos para cada área de estudo, sendo consideradas significativas as correlações com p < 0,05. Os resultados obtidos permitiram estratificar as fitofisionomias presentes na área estudada, propondo-se as seguintes fitofisionomias: (1) Capões Florestais Semideciduais; (2) Campo Rupestre Ferruginoso Arbustivo; (3) Campo Rupestre Ferruginoso Herbáceo; (4) Campo Rupestre Ferruginoso Brejoso. As fitofisionomias identificadas foram confirmadas através da constatação da existência de padrões específicos de solos e vegetação em cada ambiente. A profundidade do solo e da serapilheira, combinados, e o tipo de intemperismo da canga são fatores determinantes para a distribuição destas fitofisionomias. Os ambientes de Campo Herbáceo e Campo Arbustivo, respectivamente apresentaram solos rasos, com horizonte A de cerca de 3 cm e profundidade total de cerca de 15cm, repousando sobre a canga couraçada contínua (horizonte litoplíntico), sendo ambos classificados como PLINTOSSOLO PÉTRICO Litoplíntico típico. Entre os perfis descritos, o perfil 3, representativo do Capão Florestal, Classificado como PLINTOSSOLO PÉTRICO Concrecionário latossólico, foi o que apresentou maior profundidade, chegando à mais de 60 cm. Já o solo do Campo Rupestre Ferruginoso Herbáceo Brejoso foi Classificado como PLINTOSSOLO PÉTRICO Litoplíntico Húmico. Os solos sob fitofisionomias de Campo Rupestre Ferruginoso se mostraram sempre muito pobres, ácidos e intemperizados, mas possuem importantes variáveis em atributos químicos físicos e morfológicos, que governam ou influenciam a distribuição de espécies e o adensamento de biomassa. |