Microbiota intestinal e associação com ácidos graxos de cadeia curta e consumo de fibras em pacientes celíacos sob dieta livre de glúten
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis Mestrado em Ciência da Nutrição UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2796 |
Resumo: | A doença celíaca (DC) é uma condição inflamatória sistêmica, que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos. O desenvolvimento da DC é um processo complexo que envolve a interação entre fatores genéticos, ambientais e imunológicos, resultando em autoimunidade após exposição aos fatores dietéticos desencadeantes (prolaminas), componentes do glúten , o qual está presente em alimentos como trigo, centeio, cevada e, ainda, aveia. A DC é caracterizada por um processo inflamatório que envolve a mucosa do intestino delgado, evidenciado pela alteração histológica com hiperplasia das criptas entéricas, atrofia das vilosidades, infiltração linfocitária no epitélio intestinal e na lâmina própria. Além do glúten, outro fator ambiental, como a alteração na microbiota intestinal, tem sido sugerido estar associado ao aparecimento dessa doença na infância e, também, na fase adulta. Nesse contexto, o objetivo do estudo foi analisar a composição da microbiota intestinal de pacientes adultos com DC e compará-la com um grupo comparativo saudável. Foram incluídos no estudo vinte pacientes celíacos (36,3±13,7 anos; 22,5±3,2 kg/m2), com diagnóstico confirmado por biópsia intestinal e em tratamento com dieta livre de glúten (DLG), e trinta e nove não portadores de DC (36,0±13,0 anos; 23,8±3,7 kg/m2), pareados por sexo e idade com os pacientes celíacos na proporção de 2:1. A população de pacientes celíacos foi composta predominantemente por mulheres (65%), sendo o tempo de diagnóstico e de seguimento da DLG de 1,2±0,6 anos. Todos os resultados do teste sorológico do anticorpo IgA anti- transglutaminase foram negativos, demonstrando aderência à DLG. Os grupos não apresentaram diferenças significantes em relação às variáveis sóciodemográficas e antropométricas (p>0,05). Em relação à microbiota, Enterobacterium foi o maior grupo detectado com 10,5 % em celíacos e com 10,1 % nos controles. Em indivíduos celíacos e controles, Bifidobacterium representou 7,9 % e 8,6%, respectivamente. O percentual de Bacteroides- Prevotella foi de 6,3 % no grupo celíaco e 5,1 % no controle. Clostridiumxiii histolyticum abrangeu 5,6 % e 4,7 % do total de bactérias em celíacos e controle, respectivamente. Lactobacillus-Enterococcus foi o menor grupo representado com 4,3 % no grupo celíaco e 3,4 % no controle. Os grupos de bactérias não se diferiram entre celíacos e controle. Uma menor quantidade de ácido butírico (p=0,038) e de ácidos graxos de cadeia curta total (p=0,042) foi observada nas fezes dos indivíduos celíacos. O pH foi menor nos indivíduos que não apresentavam a doença (p=0,046). O consumo de fibras foi menor no grupo celíaco, mas sem significância estatística. Foi encontrada correlação negativa entre a ingestão de fibras e os níveis do grupo Enterobacterium no grupo celíaco (r=-0.64, p=0.046). Diante dos resultados obtidos, nota-se que novos estudos são necessários com o intuito de pesquisar alterações na microbiota intestinal, em nível de espécies bacterianas, e relacioná-las com as diferenças encontradas na composição dos ácidos graxos de cadeia curta. |