Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Custodio, Lívia Maria Donato |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/23718
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Resumo: |
A doença celíaca (DC) é uma enteropatia intestinal imunomediada, na qual a ocorrência de danos ao organismo tem como fator externo a exposição ao glúten nos indivíduos que possuem susceptibilidade genética. Sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC), por sua vez, também pertence ao grupo de distúrbios relacionados ao glúten e sua sintomatologia é desencadeada pelo contato com o mesmo, porém não há presença de anticorpos específicos e/ou atrofia das vilosidades intestinais. Ambas possuem como tratamento dietoterápico dieta livre de glúten. Além da reação imune, parte de toda citotoxidade, bem como as alterações morfológicas e as reações de apoptose são dadas pelo estresse oxidativo, através do desequilíbrio pró-oxidante-antioxidante na mucosa intestinal. Desse modo, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o consumo de compostos antioxidantes da dieta e sua relação com biomarcadores de estresse oxidativo e de inflamação em pacientes com DC ou SGNC em orientação nutricional especializada. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo transversal, com 70 participantes (18 homens/ 52 mulheres, idade 35,7 ± 13,8 anos), onde os pacientes com DC e SGNC, são todos atendidos no Programa Pró Celíacos da Universidade Federal de Viçosa. Os participantes foram divididos em três grupos: DC (n=35), SGNC (n= 23) e controle (n= 12). Foram coletados dados sociodemográficos, antropométricos e de saúde. Um questionário de frequência do consumo alimentar também foi preenchido, pelo qual se estimou a capacidade antioxidante total da dieta (CATd). Coleta de sangue em jejum foi realizada para análises de hemograma completo, marcadores metabólicos (colesterol e frações, triglicerídeos, glicose e enzimas hepáticas), enzimas antioxidantes (atividade da superóxido dismutase e glutationa-s-transferase), malondialdeído , marcadores inflamatórios (contagem de leucócitos, linfócitos e proteína-C-reativa – PCR) e capacidade antioxidante total em soro (CATs). Como resultados, a contagem dos eritrócitos no grupo controle foi maior, comparado ao grupo DC (0,60 10 6 /μL ± 0,16 vs. 0,53 10 6 /μL ± 0,15, p=0,012, respectivamente); colesterol total foi maior no grupo SGNC, comparado ao grupo controle (172,44 mg/dL ± 27,94 vs. 149,41 mg/dL ± 24,04, p= 0,040, respectivamente); LDL-c foi maior nos grupos DC e SGNC, comparado ao grupo controle (87,94 mg/dL ± 18,26 vs. 89,66 mg/dL ± 26,19 vs. 69,88 mg/dL ± 21,45, p= 0,037, respectivamente); glicose de jejum foi maior no grupo SGNC, quando comparado ao grupo DC (89,70 mg/dL ± 10,26 vs. 81,09 mg/dL ± 7,08, p= 0,018, respectivamente). Ademais, a atividade de SOD foi maior nos grupos DC (0,50 USOD/mg ± 0,09, p= 0,023, teste Dunnett) e SGNC (0,52 USOD/mg ± 0,08, p= 0,007, teste Dunnett), quando comparado ao grupo controle (0,42 USOD/mg ± 0,05). Em relação à capacidade antioxidante total em soro (CATs), a mesma não se diferiu entre os grupos (F= 2,320, p= 0,110). Da mesma forma, ocorreu para CATd (F= 0,950, p= 0,392), porém, a CAT proveniente do grupo de pães foi superior no grupo controle, comparado aos grupos DC e SGNC (0,77 mmol ± 0,43 vs. 0,36 mmol ± 0,25 vs. 0,43 ± 0,30, p=0,001, respectivamente). A ingestão dos minerais selênio (F= 6,604, p= 0,003) e zinco (F= 4,192, p= 0,020) também foram superiores no grupo controle e semelhantes entre DC e SGNC. Encontrou-se ainda correlação negativa entre atividade de SOD e ingestão de cobre (r= - 0,304, p= 0,036), zinco (r= -0,366, p= 0,011), selênio (r= -0,352, p= 0,014) e vitamina E (r= -0,352, p= 0,015). E correlação positiva entre CATs e CATd (r= 0,351, p= 0,015 ) e zinco (r= 0,495, p= 0,000). De modo interessante, o tempo de acompanhamento nutricional no programa Pró Celíacos se correlacionou positivamente com o consumo de frutas (r= 0,277, p= 0,049) e hortaliças (r= 0,287, p= 0,041) e negativamente com o consumo de doces (r= -0,280, p= 0,046). Finalmente, o tempo de acompanhamento nutricional também teve uma correlação negativa com as concentrações de colesterol total (r= -0,407, p= 0,010) e LDL-c (r= -0,435, p=0,006). Como conclusão, nosso estudo indica que apesar da DC associar-se com processos imunológicos e estresse oxidativo como mostrado na literatura, pacientes com doença celíaca ou sensibilidade ao glúten não celíaca em orientação dietético-nutricional especializada, não apresentam diferença em relação aos marcadores de inflamação, de estresse oxidativo e atividade da GST em comparação ao grupo controle. E apesar do consumo de alguns nutrientes com capacidade antioxidante serem maior no grupo controle, o maior tempo de acompanhamento nutricional promove maior conscientização do consumo das frutas e hortaliças. |