Agroecologia, bem viver e mal-estar: fontes morais e discursos antagônicos em torno do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PLANAPO)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Timo, Júlia Christo Brandão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/13487
Resumo: Essa dissertação tem como principal objetivo compreender as fontes morais e os discursos antagônicos presentes em torno do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PLANAPO). Para isso, foram trazidos, como fundamentação teórica, autores que discutem a crise da modernidade (BAUMAN, 1998; TAYLOR, 1997), teóricos que propõem a discussão do debate agroecológico (ALTIERI, 1989; GLIESSMANN, 2007; FRANCIS et al., 2003; WEZEL et al. 2009), visões que pretendem trazer alternativas à modernidade (ACOSTA, 2016; INGOLD, 2000; SANTOS, 2007) e autores que discutem a emergência da diferença em contextos democráticos frente à produção de políticas públicas pelo Estado (LACLAU e MOUFFE, 1987; MOUFFE, 2009; 2015). A principal metodologia utilizada nesse trabalho se constitui por duas grandes linhas: uma linha de análise de conteúdo (LAVILLLE e DIONNE, 1999) e uma linha de análise de discurso (LACLAU e MOUFFE, 1987) entendendo o discurso como um conjunto de práticas articulatórias entre grupos antagônicos diante da demanda por ações do Estado e, por sua vez, de uma necessidade de legitimação dessas ações. As principais conclusões desse trabalho evidenciam que a construção discursiva do PLANAPO explicita o antagonismo entre fontes morais agroecológicas e não-agroecológicas, gesto este que, por sua vez, provoca a falência do discurso voltado à legitimidade social dessa política pública, provocando um grande mal-estar público. Entretanto, é a própria possibilidade do PLANAPO que atribui à Agroecologia uma oportunidade de ampla discussão na cena pública e de expressão não apenas de suas propostas, mas da forte crise de “se habitar o mundo”, vivenciada junto aos contextos atuais.