Relações entre crédito e crescimento econômico no Brasil, 2000 a 2006

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Chinelatto Neto, Armando
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos
Doutorado em Economia Aplicada
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/106
Resumo: O crédito tem grande importância econômica, uma vez que permite agilidade nas transações e expansão da economia por meio da intermediação financeira e do fornecimento de liquidez aos agentes econômicos. Percebe-se que um dos motivos do baixo crescimento econômico brasileiro é a escassez do crédito, porém, após crises entre 2000 e 2003, iniciou-se a recuperação da concessão de crédito, principalmente do crédito para pessoas físicas. Mesmo com esta recente trajetória de crescimento da relação crédito/PIB, ainda está abaixo do observado em países desenvolvidos ou em países emergentes. Diante deste quadro, são utilizados modelos de Vetores Auto-regressivos com Mecanismo de Correção de Erro para analisar a relação entre o crescimento da economia brasileira e o crédito concedido para consumidores e empresas no período de junho de 2000 a março de 2006. Com base nas teorias dos ciclos econômicos, é discutida a inter-relação entre variáveis econômicas no curto e longo prazos, sendo estabelecidas relações entre fatores financeiros e o crescimento econômico nesses horizontes de tempo dentro do contexto do modelo neoclássico. Em concordância com a teoria, o PIB é a variável determinada endogenamente pelas variáveis de crédito. Ao analisar as condições de estabilidade das variáveis e das relações estabelecidas entre elas, foi possível identificar uma relação de longo prazo, revelando que o PIB sofre um ajuste positivo em função do crescimento do crédito para pessoas físicas, mas existe trade off entre PIB e crédito concedido para empresas. No curto prazo, somente o aumento do crédito para empresas está associado ao crescimento do PIB, sendo necessário de 14 a 15 meses para corrigir as discrepâncias entre o valor efetivo e seu valor de longo prazo. De maneira geral, o aumento do PIB no curto prazo está associado ao aumento do crédito para empresas e, no longo prazo, está associado ao aumento do crédito para pessoas físicas. Diante de um choque nas variáveis de crédito, para pessoas físicas há propagação dos impactos positivos, mas, para empresas, os impactos positivos são temporários. Também se verifica que o crédito para pessoas físicas tem grande poder de explicar a variância do crédito ao longo do tempo. Por outro lado, o crédito para empresas tem maior poder de explicar a variância de previsão em períodos futuros. Os resultados encontrados permitem tecer algumas conclusões sob o ponto de vista macroeconômico. No caso brasileiro, o crédito para pessoas físicas representa consumo presente e estimula investimento futuro. Por outro lado, o crédito para empresas representa investimento e crescimento no presente, porém precisa ser um canal contínuo para que resulte em crescimento sustentado.