Suplementação de L-arginina para fêmeas suínas nulíparas no terço final da gestação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rodrigues, Gustavo de Amorim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Zootecnia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/29412
Resumo: A suplementação materna com L-arginina vem sendo avaliada como alternativa capaz de contribuir para maior desenvolvimento muscular fetal durante o período gestacional, podendo influenciar os mecanismos moleculares relacionados a miogênese fetal, fator especialmente importante para a progênie de porcas nulíparas. Entretanto, ainda é questionado se a suplementação desse aminoácido no terço final da gestação, período de rápido crescimento fetal, é capaz de promover alterações na miogênese dos fetos. Dessa forma, o presente estudo foi realizado com o objetivo de avaliar os efeitos da suplementação com L-arginina, durante o terço final de gestação, nos mecanismos moleculares relacionados a miogênese fetal, bem como avaliar o desenvolvimento muscular dos leitões e as características da leitegada ao nascimento. Foram utilizadas 23 fêmeas suínas nulíparas, com peso médio de 205,37 kg ± 11,50 kg. Os animais foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, em duas dietas: dieta controle (CON) atendendo às exigências nutricionais de porcas em gestação ou dieta CON suplementada com 1,0% de L-arginina (ARG). As dietas experimentais foram fornecidas em quantidades iguais às 09:00h e 16:00h, totalizando 2,5 kg/dia. Aos 110 dias de gestação as porcas foram pesadas e transferidas para as gaiolas de maternidade, onde foram coletadas amostras de sangue para obtenção do soro e do plasma para análise da concentração de insulina, ureia e estradiol. Após a identificação do final do parto, por meio da expulsão das placentas, foi registrado o número de leitões nascidos totais, nascidos vivos, mumificados e natimortos. Em seguida, foi realizada a pesagem das fêmeas e dos leitões para o cálculo do peso total de nascidos, peso total dos nascidos vivos, peso médio ao nascimento, desvio padrão da média, coeficiente de variação do peso ao nascimento e incidência de leitões com crescimento intrauterino retardado (CIUR, peso < 1,00 kg). O leitão com peso mais próximo do peso médio da leitegada foi insensibilizado por eletronarcose e abatido por sangramento para coleta de amostras dos músculos Longissimus dorsi e Semitendinoso, para análise histomorfométrica e molecular. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA), com exceção dos dados das variáveis: nascidos totais, nascidos vivos, natimortos e mumificados, além da estratificação das classes de peso dos leitões, as quais foram analisadas pelo teste não paramétrico de Kruskal-Wallis. O valor de P ≤ 0,05 foi considerado para indicar significância estatística e valores de P entre 0,05 e 0,10 foram considerados tendência. Leitões nascidos de porcas ARG tiveram maior expressão (P ≤ 0,05) de mRNA dos genes MyoD e MYOG e tendência (P=0,06) de maior expressão do gene IGF-2 no músculo Longissimus dorsi, em relação ao grupo CON. Entretanto, não houve diferenças (P > 0,05) nas variáveis histomorfométricas do músculo Longissimus dorsi e Semitendinoso. O peso total de nascidos, o peso total dos leitões nascidos vivos, o peso médio do leitão ao nascimento, o desvio padrão da média, o coeficiente de variação do peso ao nascimento e a incidência de leitões CIUR não apresentaram diferenças (P > 0,05) em relação ao CON. Foi verificada ausência (P ≤ 0,05) de leitões natimortos nas porcas do grupo ARG, porém não foram observadas diferenças (P ≤ 0,05) no número de leitões nascidos totais, nascidos vivos e mumificados em relação ao grupo CON. O nível de estradiol e ureia foram superiores (P ≤ 0,05) nas fêmeas alimentadas com ARG. A concentração de insulina não foi influenciada (P > 0,05) pela suplementação de L-arginina. A suplementação com 1,0% de L-arginina para porcas nulíparas, dos 85 aos 114 dias de gestação, influenciou os mecanismos moleculares relacionados à miogênese fetal, aumentando a expressão do mRNA dos fatores de reguladores miogênicos MyoD e MYOG e do IGF-2 no Longissimus dorsi dos leitões. Além disso, a suplementação com L-arginina resultou na não ocorrência de leitões natimortos e no aumento dos níveis plasmáticos de estradiol nas porcas. Palavras-chave: Aminoácidos funcionais. Desenvolvimento fetal. Miogênese. Músculo esquelético.