Solos e geoambientes da porção norte da ilha Seymour (Marambio), Antártica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Gjorup, Davi Feital
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Fertilidade do solo e nutrição de plantas; Gênese, Morfologia e Classificação, Mineralogia, Química,
Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/5524
Resumo: A Ilha Seymour/Marambio (ISM) se localiza no norte do Mar de Weddell, na região da Península Antártica, em uma transição climática entre os domínios da Antártica Marítima e da Antártica Continental, apresentando um clima pseudo-continental ou subpolar semiárido. A ISM é predominantemente composta por rochas sedimentares originadas entre o Cretáceo e o Terciário. Os objetivos deste trabalho foram identificar, mapear e caracterizar as unidades geoambientais que compõem a paisagem da porção norte da Ilha Seymour/Marambio, Antártica Peninsular; e estudar os atributos morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos dos solos ao longo de uma topossequência, e discutir os processos e fatores envolvidos na sua pedogênese. A estratificação geoambiental foi feita com base nos atributos pedo-lito-geomorfológicos da paisagem tratados de forma integrada, onde foram agrupados sob uma mesma denominação setores com características similares em relação aos atributos de interesse. Para o estudo dos solos foram descritos e coletados nove perfis ao longo de uma topossequência abrangendo diferentes materiais de origem e geoformas. As amostras foram submetidas a fracionamento textural, análises químicas de rotina, extrações químicas com Oxalato de Amônio e Ditionito-Citrato-Bicarbonato, e difração de Raios-X. A aplicação da metodologia de estratificação permitiu a identificação de 13 unidades geoambientais, representativas de ambientes periglaciais situados na zona de transição climática. Nota-se forte controle da geologia sobre a distribuição dos ambientes, influenciando o estabelecimento do relevo e os atributos dos solos. Constatou-se presença generalizada de permafrost ao longo da área de estudo, em geral nos primeiros 100 cm de profundidade, determinando uma predominância de solos das ordens Gelisols (Soil Taxonomy) e Cryosols (WRB). Outras feições comuns em solos afetados por congelamento, relacionadas com a crioturbação e acumulação de matéria orgânica, não foram observadas. A análise dos atributos dos solos permitiu identificar dois grupos de solos: os Sulfatados Ácidos e os Não Sulfatados Alcalinos. Os solos sulfatados ácidos são os mais desenvolvidos da área de estudo, evidenciando significativa alteração morfológica, física e mineralógica. As características destes solos apontam para baixo pH, alta saturação por alumínio, alta acidez potencial. A acidez favorece o intemperismo de silicatos primários, que não são observados na fração argila. Os principais minerais secundários são relacionados com a oxidação dos sulfetos, podendo ser listados sulfatos solúveis, sulfatos insolúveis, hidróxidos de ferro mal cristalizados e óxidos de ferro cristalinos. O peculiar desenvolvimento de cor amarelada nos solos sulfatados ácidos é creditado à presença de óxidos e sulfatos de ferro. A presença de minerais silicatados do tipo 2:1 (esmectita e ilita) na fração argila destes solos é atribuída ao pedoambiente ácido (favorável ao intemperismo dos silicatos primários) e com baixa lixiviação. Os solos Não Sulfatados Alcalinos não apresentam sinais de transformações expressivas. Os dados químicos apontam para altos valores de pH, alumínio trocável nulo e baixa acidez potencial. A transformação mais importante na gênese destes solos é o intemperismo físico na forma de crioclastia e haloclastia. Nota-se a presença de minerais primários facilmente intemperizáveis na fração argila, confirmando o baixo grau de transformações químicas. A geoforma é determinante para a disponibilidade de bases nestes solos, na medida em que favorece ou dificulta a lixiviação. Conclui-se que os principais processos atuantes na gênese dos solos da área de estudo são a sulfurização e o halomorfismo.