Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Loureiro, Laís Monteiro Rodrigues |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6441
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Resumo: |
Introdução: Um dos grandes desafios no âmbito da saúde dos idosos são as doenças crônicas, que embora não sejam um problema exclusivo desta faixa etária, tem prevalência muito maior nesse segmento. Entre os principais fatores de risco para grande parte das doenças, está a baixa qualidade da dieta. Assim, é importante conhecer o perfil de alimentação desse grupo, além de identificar os fatores associados. Objetivos: Avaliar o consumo alimentar de idosos e os fatores associados no município de Viçosa (MG). Metodologia: Estudo transversal, de base populacional, realizado em Viçosa (MG). A população alvo foi de idosos não institucionalizados, residentes nas zonas rural e urbana do município. As informações foram obtidas por meio de um questionário semiestruturado e um Questionário de Frequência Alimentar qualitativo. Os alimentos foram agrupados e classificados como marcadores de alimentação saudável e não saudável. As variáveis utilizadas na primeira etapa das análises foram a presença ou não de cada grupo de alimentos, formando perfis de consumo alimentar, obtidos pelo método Two-Step Cluster a partir do agrupamento dos idosos conforme o consumo dos grupos de alimentos. As variáveis independentes utilizadas na segunda etapa das análises foram sociodemográficas, antropométricas, de saúde, utilização dos serviços de saúde e hábitos de vida. A variável dependente na segunda etapa foi o perfil de consumo alimentar gerado na primeira etapa. A análise estatística envolveu medidas descritivas, análise univariada e multivariada. Para identificar associações entre os perfis de consumo e as variáveis independentes foi utilizado o modelo de regressão logística multinomial, com estimativas de Odds Ratio (brutos e ajustados) e respectivos intervalos de confiança de 95%. Resultados: Do total de idosos entrevistados (621) a maior parte era do sexo feminino (53,3%) e tinha entre 60 e 69 anos (50,1%). A maioria apresentou consumo regular de grupos marcadores de alimentação saudável, com exceção do grupo do leite e derivados magros (27,4%). Quase a totalidade relatou consumo de feijão regularmente (93,6%). Foi identificada baixa frequência no consumo de doces (8,7%) e refrigerantes (2,1%). O consumo de carnes gordurosas/embutidos pelo menos uma vez por semana foi relatado por 89,0% dos idosos. Foram gerados três clusters, os quais foram nomeados (1) “não saudável”, (2) “pouco saudável” e (3) “mais saudável”. Nos três a maioria consumia feijão com regularidade, além de gorduras e carnes gordurosas/embutidos. Alimentos processados, doces e refrigerantes tiveram baixa frequência de consumo em todos os clusters. O que diferenciou o cluster 2 do 3 foi o consumo de leite integral e leite e derivados magros, respectivamente. Ambos se diferenciaram do cluster 1 pela presença de marcadores de alimentação saudável. Os fatores positivamente associados ao cluster “não saudável” foram a menor escolaridade, menor renda, hábito de fumar e redução da ingestão alimentar. Os fatores negativamente associados foram a história de pelo menos uma consulta médica no último ano, história de cinco ou mais doenças, diabetes e dislipidemia, polifarmácia e consumo de bebida alcoólica. Para o cluster “pouco saudável”, as associações positivas foram com a menor escolaridade e terceiro quartil de renda; e negativas com pelo menos uma consulta médica no último ano e histórico de dislipidemia. Na análise múltipla os fatores que se mantiveram independentemente associados ao perfil alimentar “não saudável” foram a menor escolaridade, menor renda, história de pelo menos uma consulta médica no último ano e o fato de ser ex-fumante. Os fatores independentemente associados ao cluster “pouco saudável” foram a menor escolaridade e o fato de ter se consultado pelo menos seis vezes no último ano. Conclusão: A alimentação saudável entre idosos deve enfatizar a redução no consumo de alimentos fontes de gorduras trans e saturadas. Já o consumo de feijão, frutas, verduras e legumes deve ser preservado e incentivado. Os idosos com melhor renda e maior escolaridade, além daqueles que buscam os serviços de saúde, são os que possuem menores chances de se alimentarem inadequadamente. Os idosos analfabetos ou semianalfabetos, de baixa renda e que não procuram orientação são os que precisam ser o foco das ações e políticas públicas de saúde, com orientações que lhes possibilitem identificar o que pode ser modificado em seu hábito alimentar e como fazê-lo da maneira mais adequada. |