Ensaios sobre política econômica, taxa de câmbio real e crescimento econômico em países em desenvolvimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Jeruza Haber Alves dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/22773
Resumo: Um importante tema na discussão atual em economia é a capacidade da taxa de câmbio real influenciar variáveis reais. Na abordagem keynesiano-estruturalista, a manutenção de um nível competitivo para a taxa de câmbio real estimula o crescimento principalmente dos países em desenvolvimento. A demanda aumenta e, consequentemente, a produção e o emprego no longo prazo. Porém, se no curto prazo, os efeitos da taxa de câmbio real são sobre a demanda efetiva, no longo prazo há prevalência de outros canais, podendo ocorrer mudanças estruturais que interferem nos canais redistributivos de renda, no padrão de especialização da economia, no progresso técnico e nas taxas de investimentos setoriais. Este trabalho teve o objetivo de estudar, em três ensaios, a relação entre taxa de câmbio real e crescimento econômico nas economias em desenvolvimento. O primeiro ensaio buscou avaliar o poder explicativo do modelo teórico que apresenta interação da taxa de câmbio real e a elasticidade da oferta de trabalho definindo diferentes trajetórias de crescimento e distribuição de renda. O segundo ensaio adaptou a função de acumulação de capital comumente utilizada nos estudos acerca da relação entre crescimento econômico e distribuição de renda, com a inclusão do desalinhamento da taxa de câmbio real e da dívida pública como proporção do PIB na função investimento e posteriormente estimou-o empiricamente. O terceiro ensaio tomou por base um modelo que discute a relação entre taxa de câmbio real e crescimento econômico em economias em desenvolvimento e o adaptou com a inclusão da ação da autoridade monetária, na busca por entender a influência da política monetária baseada em uma regra de Taylor neste contexto. As aplicações foram realizadas com dados dos países da América Latina no período de 1990 a 2014. Os resultados obtidos evidenciaram que os efeitos contemporâneos da desvalorização do câmbio real no crescimento do PIB dos países da América Latina, foram negativos. Porém, de forma defasada as desvalorizações na taxa de câmbio real influenciam positivamente o crescimento da economia. Especificamente no primeiro ensaio pôde-se concluir que o aumento do salário médio real comparado ao salário mínimo (de subsistência) eleva o poder de compra dos trabalhadores do setor moderno, o que faz aumentar o consumo e a demanda efetiva e por fim, incentiva o crescimento da economia. No segundo ensaio obteve-se como resultado do modelo teórico que em uma economia com alta tributação e alto nível de utilização da capacidade instalada, o endividamento como proporção do PIB tende a tornar a relação entre trabalhadores e capitalistas mais conflituosa. No terceiro ensaio os resultados indicaram que, se a taxa de juros real é altamente sensível às variações do hiato de inflação, a sensibilidade da taxa de câmbio real ao aumento do hiato de inflação é maior do que a sensibilidade das exportações ao aumento do hiato de inflação. Isso leva a conclusão de que uma desvalorização da taxa de câmbio real aumenta as exportações como proporção do estoque de capital e, consequentemente, eleva a acumulação de capital.