Potencial de cianobactérias na bioindicação e biodegradação de ambientes contaminados por naftaleno no Brasil e na Antártica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Corrêa, Débora Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática
Mestrado em Botânica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2572
Resumo: Cianobactérias foram isoladas de ambientes com diferentes históricos de contaminação por hidrocarbonetos. Dois biofilmes de cianobactérias foram coletados em uma calha de escoamento, num posto de gasolina na cidade de Viçosa, MG, expostos a doses de hidrocarbonetos. Destes biofilmes, foi selecionado para enriquecimento, em meio AA4 líquido, aquele que apresentou a maior diversidade de organismos. Tanto o biofilme integral (tratamento misto), como a cultura monoclonal de Phormidium sp. (tratamento monoclonal), isolada a partir do biofilme integral, foram testados quanto a capacidade de biodegradação de [C14] naftaleno, em condições fotoautotróficas e à temperatura de 20 ± 1ºC. Tanto o tratamento misto, quanto o monoclonal mostraram-se capazes de mineralizar prontamente o naftaleno, nas proporções de 28 e 22,5%, respectivamente, num período de quinze dias. Para ambos os tratamentos, o platô de degradação cumulativa do naftaleno foi atingido em torno do quarto dia de tratamento. Duas hipóteses foram consideradas como as mais prováveis para explicar o alcance prematuro do platô de degradação: a primeira, seria por exaustão de naftaleno, em função de perdas não registradas de 14CO2 pelo aparato respirométrico, de caráter rústico, utilizado no experimento; a segunda, seria por depleção de nutrientes, já que não houve correção do solo utilizado no experimento, e a única fonte de nutrientes inorgânicos consistiu no meio de cultura utilizado para ressuspender o inóculo (1 mL). Tanto o biofilme integral, quanto a cultura monoclonal de Phormidium sp. foram considerados potencialmente capazes de biodegradar naftaleno, e indicados para a realização de futuros experimentos de biorremediação de áreas impactadas por hidrocarbonetos. Por outro lado, a cianobactéria Phormidium sp. ANT 01 foi isolada de solos antárticos, sem histórico de contaminação por hidrocarbonetos, e selecionada para a condução de um novo experimento de biodegradação de [C14] naftaleno, sob condições fotoautotróficas, à temperatura de 15 ± 1ºC. Sob as condições testadas, a cultura monoclonal de Phormidium sp. ANT 01 não se mostrou capaz de degradar naftaleno, quando comparada ao tratamento abiótico (controle). Um segundo experimento foi conduzido a fim de monitorar o crescimento de Phormidium sp. ANT 01 sob a presença de naftaleno. A exposição de Phormidium sp. ANT 01 a uma concentração de naftaleno igual a 66,67 μg.L-1 provocou um efeito inibitório sobre o crescimento dos organismos na ordem de 37%. Por apresentar grande distribuição e abundância em solos da Baía do Almirantado, Antártica, e sensibilidade a baixas concentrações de naftaleno, Phormidium sp. ANT 01 possui potencial para ser utilizado como bioindicador de solos contaminados com derivados do petróleo, nesta região.