Caracterização morfológica e molecular de cianobactérias da Antártica Marítima e potencial para biodegradação e bioindicação em ambientes contaminados por hidrocarbonetos
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática Doutorado em Botânica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/367 |
Resumo: | A análise da comunidade de cianobactérias presentes em amostras de solos, lagos e canais de degelo de três áreas pertencentes ao domínio da Antártica Marítima revelou 37 taxa do Phylum Cyanophyta, com dominância da Ordem Oscillatoriales. Os organismos de maior distribuição nas amostras são pertencentes aos gêneros Phormidium spp,. Leptolyngbya spp. e Nostoc spp.. Dezessete taxa foram isolados e mantidos em cultivo no Banco de Algas do Laboratório de Ficologia DBV/UFV. Diante da preocupação com o impacto decorrente da contaminação do ambiente antártico com hidrocarbonetos derivados do petróleo sobre as comunidades microbianas, foi testado o efeito de três hidrocarbonetos aromáticos sobre o crescimento de Phormidium autumnale UFV-ANT01. Parâmetros toxicológicos como NOEC, EC20 e EC50 foram estimados. A toxicidade observada sobre o crescimento da cianobactéria testada seguiu a ordem: benzo-α-pireno > antraceno > naftaleno. Concentrações de benzo-α-pireno quatrocentas e cinqüenta vezes menores que as de naftaleno são suficientes para causar a mesma toxicidade sobre Phormidium autumnale UFV-ANT01. As populações desta cianobactéria podem ser uma ferramenta útil no biomonitoramento de áreas contaminadas com hidrocarbonetos. A biorremediação de solos contaminados com hidrocarbonetos pode ser uma alternativa de baixo custo e ecologicamente viável nos ambientes antárticos. A habilidade de três isolados de cianobactérias em degradar [14C]naftaleno, a 15ºC, foi testada. As linhagens Phormidium autumnale UFV-ANT01, Nostoc sp. UFV-ANT23 e Tolypothrix sp. UFV-ANT22 foram testadas em culturas unialgais e em consórcio com bactérias heterotróficas, em comparação a um controle bacteriano e um controle abiótico. Após duzentas horas de exposição ao hidrocarboneto marcado, os tratamentos em consórcio se mostram mais efetivos na degradação do naftaleno que os tratamentos monoclonais e os controles. As taxas de mineralização cumulativas foram de 42%, 39% e 32% para os tratamentos Nostoc em consórcio, Phormidium em consórcio e Tolypotrhix em consórcio, respectivamente, enquanto que o controle bacteriano degradou cerca de 11% do hidrocarboneto adicionado. Os tratamentos monoclonais degradaram entre 2,6 e 4,2% do hidrocarboneto adicionado, sendo considerados menos eficazes que o controle bacteriano, mas não foram estatisticamente diferentes do controle abiótico (1,9%). A cinética de biodegradação observada foi similar à observada por outros autores para modelos expostos a baixas concentrações de hidrocarbonetos, nos quais o ataque microbiano ao contaminante se inicia logo após a aplicação dos tratamentos. As taxas de degradação observadas para os tratamentos em consórcio foram superiores à soma das taxas obtidas para os tratamentos unialgais e o controle bacteriano, sugerindo que as cianobactérias exerçam um papel importante no processo de biodegradação, disponibilizando nutrientes, oxigênio e imobilizando os reais biodegradadores. |