Efeito de macronutrientes sobre o crescimento e a nutrição mineral de mudas de angico-vermelho (Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan) e sansão-do-campo (Mimosa caesalpiniaefolia Benth.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Gonçalves, Elzimar de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de
Doutorado em Ciência Florestal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/617
Resumo: O conhecimento das necessidades nutricionais para produção de mudas e o estabelecimento destas no local definitivo são fundamentais para o sucesso de qualquer programa de plantio de espécies florestais. Nesse contexto, as espécies florestais nativas merecem atenção. Em razão dos poucos conhecimentos nutricionais que existem sobre elas, a condução de estudos mais detalhados visando à determinação dessas necessidades é plenamente justificável. Há grande diferença entre as necessidades nutricionais de acordo com as espécies, sendo também variável a exigência de um ou outro elemento mineral. No entanto, a falta de um deles, com certeza, limitará o crescimento das plantas. Neste estudo, objetivou-se avaliar o efeito de diferentes doses de macronutrientes (N, P, K, S, Ca e Mg) no crescimento e na nutrição de mudas de angico-vermelho (Anadenanthera macrocarpa) e sansão-do-campo (Mimosa caesalpiniaefolia) em três solos diferentes. Para isso, as plantas foram cultivadas em três solos (Argissolo, Latossolo distrófico e Latossolo álico), em vasos com capacidade de 2,1 dm3. O experimento foi conduzido no período de fevereiro a junho de 2005 no Viveiro de Pesquisas Florestais do Departamento de Engenharia Florestal da UFV, em Viçosa. Os tratamentos foram delimitados segundo uma matriz baconiana, onde se variaram os macronutrientes em três doses diferentes, mais dois tratamentos adicionais (zero e base), num total de 20 tratamentos com quatro repetições. As fontes de N, K e S foram parceladas em quatro vezes (0, 30, 60 e 90 dias). Feitas a colheita (aos 120 dias após a semeadura) e as análises dos dados, verificou-se que houve diferença de respostas das plantas à aplicação dos macronutrientes de acordo com o solo estudado. Ambas as espécies aumentaram a absorção dos macronutrientes à medida que se aumentou a disponibilidade destes nos solos estudados, o que levou à maior concentração dos nutrientes aplicados em todas as partes das plantas. Entretanto, em alguns casos, não houve resposta de crescimento correspondente. O maior crescimento das mudas foi observado nas que foram cultivadas no solo LVA, e os nutrientes P, N e S foram os que mais provocaram efeitos significativos. As doses de N variaram de 50 a 200 mg/dm³, tanto para o angico-vermelho quanto para o sansão-do-campo. Observou-se que a primeira requer menos P (de 150 a 280 mg/dm³) do que o sansão-do-campo (de 312 a 503 mg/dm³). Quanto a K, Ca e Mg, as doses recomendadas são as mesmas para as duas espécies: 50 mg/dm³, 0,8 cmolc/dm³ e 0,2 cmolc/dm³, respectivamente. Especificamente para o angico-vermelho, em termos de nível crítico, os valores que proporcionaram melhor desenvolvimento da planta foram: N (14,4 a 26,8 mg/dm³ na planta), P (7,5 a 46 mg/dm³ no solo e 1,1 a 1,4 g/kg na parte aérea), K (14 a 86,5 mg/dm³ no solo e 6,2 a 8,5 g/kg na parte aérea), Ca (0,8 a 2,2 cmolc/dm³ no solo e 5 a 19 g/kg na parte aérea) e Mg (0,2 a 0,8 cmolc/dm³ no solo 1,7 a 1,9 g/kg na parte aérea). Para o sansão-do-campo, os valores foram N (16 a 17,3 mg/dm³ no solo), P (77 a 110 mg/dm³ no solo e 1 a 1,5 g/kg na parte aérea), K (14 a 86,5 mg/dm³ no solo e 5,7 a 7,1 g/kg na parte aérea), Ca (0,8 a 2,2 cmolc/dm³ no solo e 10 a 14,4 g/kg na parte aérea) e Mg (0,2 a 0,25 cmolc/dm³ no solo 1,3 a 2,4 g/kg na parte aérea). Todavia, em ambas as espécies, para o K e o Ca sugerem-se estudos com doses dentro dessa faixa de valores encontrados, para melhor definição do nível crítico. A influência da aplicação de um determinado macronutriente, sobre a absorção dos demais, foi mais significativa para o P tanto no sentido de aumento quanto no de diminuição, sendo os efeitos mais destacados na parte aérea das plantas. Entretanto, as crescentes doses dos nutrientes aplicados não interferiram na absorção dos outros, indicando equilíbrio entre eles, ou seja, o balanço nutricional entre os nutrientes foi adequado.