Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Milagres, Luana Cupertino |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://locus.ufv.br//handle/123456789/25808
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Resumo: |
Baixas concentrações séricas de vitamina D e o excesso de peso estão em ascensão no mundo, representando graves problemas de saúde pública. Apesar de o Brasil ser um país de clima tropical, tem sido encontrada alta prevalência de hipovitaminose D na população. Evidências têm mostrado que esta deficiência pode estar associada ao risco cardiometabólico, no entanto, esta relação ainda é pouco estudada na população infantil, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil. Diante disso, o objetivo deste estudo foi estimar o ponto de corte para a concentração sérica de vitamina D e avaliar sua associação com marcadores de risco cardiometabólico não tradicionais em crianças. Estudo transversal, com amostra representativa de 378 crianças de 8 e 9 anos de todas as escolas urbanas do município de Viçosa-MG, Brasil. Foram coletadas informações socioeconômicas, demográficas e de hábitos de vida pela aplicação de um questionário semiestruturado, e de consumo alimentar por três recordatório de 24 horas. Foram aferidos peso, estatura, perímetro da cintura e pressão arterial das crianças. O estado nutricional foi avaliado pelo cálculo do índice de massa corporal por idade (IMC/I). A composição corporal foi avaliada pela técnica Dual Energy X- ray absorptiometry (DXA). Realizou-se coleta de sangue para dosagem de calcidiol [25(OH)D], leptina, paratormônio, colesterol total e frações, triglicerídeos, glicose e insulina. Para a avaliação do risco de resistência à insulina, calculou-se o índice triglicerídeos x glicemia (TyG). Também foi avaliada a presença do fenótipo cintura hipertrigliceridêmica (FCH). A regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para analisar a associação entre a vitamina D e o FCH. A modelagem de equações estruturais foi utilizada para avaliar a relação entre leptina e resistência à insulina com a vitamina D, considerando também as interrelações que envolvem adiposidade, condição socioeconômica, comportamento sedentário e exposição solar. A construção de curvas Receiver Operating Characteristic (ROC) foi utilizada para estabelecer o ponto de corte da vitamina D e avaliar sua capacidade em predizer o risco cardiometabólico. As prevalências de deficiência e insuficiência de vitamina D foram 12,2% e 43,4%, respectivamente. O FCH esteve presente em 16,4% das crianças, sendo significativamente maior naquelas com insuficiência (RP=1,85; IC95%: 1,03- 3,30) e deficiência (RP=2,21; IC95%: 1,11-4,45) de vitamina D. Esta associação se manteve para crianças com pelo menos um marcador de risco cardiometabólico. Nos modelos de equações estruturais a adiposidade apresentou efeito direto e positivo no índice TyG. Já a vitamina D, foi inversamente associada ao índice TyG. Sobre os efeitos indiretos, os resultados evidenciaram que a associação entre adiposidade e resistência à insulina é parcialmente mediada pela vitamina D. Também através da modelagem de equações estruturais, observou-se que a adiposidade foi positivamente associada à leptina e inversamente associada a vitamina D, que por sua vez apresentou associação direta com o aumento na leptina. Em relação ao efeito indireto, encontramos que do efeito total que a adiposidade tem na leptina, parte é mediada pela vitamina D. Por fim, foi proposto o ponto de corte de vitamina D de 32,0 ng/mL para predizer risco cardiometabólico em crianças, o qual esteve associado ao menor índice TyG, concentração de leptina e prevalência do FCH. Os resultados deste estudo apontam que a concentração sérica de vitamina D esteve associada a marcadores de risco cardiometabólico não tradicionais, além de ter se mostrado mediadora da relação entre adiposidade e estes marcadores de risco na infância. |