Banco de sementes do solo como bioindicador de resiliência de áreas em restauração florestal, Brumadinho, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Mateus Enrique Amorim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Ciência Florestal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/32011
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2023.741
Resumo: A escolha de técnicas eficazes de restauração florestal é uma atividade complexa e altamente dependente das características intrínsecas de cada ambiente, mas pode ser direcionada ao avaliar bioindicadores de seu potencial de resiliência, tais como o banco de sementes do solo, que fornece um excelente panorama da composição de espécies e da distribuição e quantificação dos respectivos indivíduos nos ecossistemas degradados. Nessa conjuntura, o objetivo dessa pesquisa foi conhecer o potencial de resiliência de áreas localizadas na bacia do rio Paraopeba que foi parcialmente atingida pelo rompimento da barragem de rejeito de minério de ferro em Brumadinho - MG, por meio da avaliação do banco de sementes do solo, comparando riqueza de espécies, densidade e abundância de plântulas com um ecossistema de referência da paisagem. Primeiro, foi avaliado o potencial de resiliência de uma área atingida por rejeito de minério de ferro em Brumadinho e verificado o impacto no banco de sementes proporcionado pela lama depositada após uma cheia do rio Paraopeba. Foram lançadas três parcelas de 15 x 15 metros na área denominada Marco Zero e três parcelas de mesma dimensão no ecossistema de referência, em cada uma delas foram coletadas dez amostras de 30,5 x 20,5 cm de cada banco de sementes: MZL – primeiros 5 cm da lama; MZS – primeiros 5 cm de solo após a retirada da camada de lama; ER – primeiros 5 cm de solo após a retirada da serapilheira no ecossistema de referência. No ER, foi registrado uma densidade de 372 propágulos.m-2, pertencentes a 61 espécies e 23 famílias botânicas. Em MZL, 525 propágulos.m-2 foram registrados, de 31 espécies e 12 famílias. Por fim, MZS apresentou densidade de 1737 propágulos.m-2, pertencentes a 49 espécies e 18 famílias botânicas. O banco de sementes do solo da área Marco Zero (MZS) demonstra um elevado potencial de regeneração natural, com grande abundância de sementes e riqueza de espécies similar ao ecossistema de referência (ER), embora apresentem composições florísticas distintas. Entretanto, o soterramento de MZS pela lama implicará na morte ou dormência induzida das sementes que o compõe, além da sua sobreposição por um banco de sementes menos diverso e menos abundante (MZL). Uma alternativa para estimular o banco de sementes do MZS é fazer o revolvimento da lama que o cobre, em manchas bem distribuídas pela área. Além disso, o plantio de mudas de espécies nativas tem sido realizado pela empresa. Avaliou-se também o banco de sementes do solo após ocorrência de incêndio de uma área em restauração florestal por plantio de mudas nativas, localizada em Brumadinho – MG. Para uniformização do terreno, foi alocada na área queimada (AQ) uma parcela de 1 ha, e dentro desta foram lançadas seis subparcelas de 15 x 15 metros de forma aleatória. Com o mesmo intuito, em um fragmento florestal tido como ecossistema de referência (ER), foi lançada uma parcela de 0,5 ha e em seu interior três subparcelas aleatórias. Em cada subparcela da AQ e do ER, foram coletadas dez amostras do banco de sementes do solo, utilizando gabarito de 29,1 x 23,0 cm nos primeiros 5,0 cm de profundidade. No geral foram amostrados 1533 indivíduos de 83 espécies e 26 famílias botânicas. Em AQ, foi registrado uma densidade de 207 propágulos.m- , pertencentes a 44 espécies e 18 famílias botânicas. No ER, 372 propágulos.m-2 foram registrados, de 61 espécies e 23 famílias. O incêndio proporcionou impactos negativos diretos ao banco de sementes do solo da área, diminuindo não somente a sua densidade, como também a riqueza de espécies e por consequência, a resiliência local. Entretanto, é provável sua recuperação, visto a presença de fatores favoráveis, como a proximidade de fragmentos florestais remanescentes na paisagem, que por meio da chuva de sementes deverão enriquecer o BSS da área em questão. Visando acelerar o processo e não contar apenas com a regeneração pós-fogo, foi realizado o replantio das mudas de espécies nativas regionais na área atingida. Os dois estudos ressaltaram a importância do banco de sementes para a resiliência das áreas atingidas e de compensação, e a necessidade do reflorestamento com plantio de mudas em área total, como já vem sendo realizado. Palavras-chave: Restauração ecológica; Bioindicadores; Resiliência; Diversidade.