Da floresta para a savana e de volta para a floresta: história evolutiva do gênero Dimorphandra (Leguminosae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rocha, Vinicius Delgado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28968
Resumo: Amazônia e Mata Atlântica são fitodomínios caracterizados por florestas tropicais enquanto que o Cerrado é composto por vegetação de savana. Estes três fitodomínios são encontrados na América do Sul e possuem certas afinidades na flora e fauna. Mudanças de habitat ou de fitodomínios (transições ecológicas) podem explicar a atual distribuição geográfica e a diversificação de organismos. O gênero Dimorphandra inclui 26 espécies divididas em três subgêneros: (1) Dimorphandra com ocorrência nos três fitodomínios; (2) Phaneropsia e (3) Pocillum com ocorrência restrita na Amazônia. Neste estudo, investigou-se a relações filogenéticas do gênero Dimorphandra usando dados moleculares de genoma cloroplastíco e do genoma nuclear para fazer inferências sobre a história evolutiva da flora arbórea nos fitodomínios. Os dados mostraram que as espécies do subgênero Dimorphandra do Cerrado e Mata Atlântica tiveram posição mais derivada, sugerindo evolução mais recentemente. Dimorphandra do Cerrado teve origem em ancestrais da floresta da Amazônica, enquanto que pelos menos três espécies amazônicas tiveram origem em ancestrais do Cerrado. As espécies de Dimorphandra da Mata Atlântica foram descendentes de linhagens ancestrais do Cerrado. O gênero Dimorphandra evolui sob um dinâmico processo de transição ecológica entre os três fitodomínios, havendo migração e posterior diversificação de linhagens da floresta Amazônica dentro Cerrado ou vice-versa, e do Cerrado dentro Mata Atlântica. Portanto, processos de transições ecológicas parecem ter contribuído na montagem da flora destes fitodomínios. A análise filogenética bayesiana revelou que o gênero Dimorphandra não é monofilético e de modo geral cada subgênero foi agrupado em um clado. Os subgêneros Phaneropsia e Pocillum tiveram relações filogenéticas mais próximas com outros gêneros do que com o subgênero Dimorphandra. Apesar das evidências filogenéticas sugerirem que o gênero Dimorphandra merece uma nova revisão, decidimos manter a atual circunscrição até que a posição incongruente dos subgêneros Phaneropsia e Pocillum seja resolvida. Palavras-chaves: Amazônia. Cerrado. Diversificação. Flora arbórea. Mata Atlântica. Transições ecológicas.