Gênese de solos com horizonte Bt no domínio gnáissico da depressão semiárida do Vale do Jequitinhonha, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Gonçalves, Mariana Gabriele Marcolino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10374
Resumo: A região semiárida brasileira ocupa aproximadamente 11, 5 % do território nacional. A baixa precipitação, má distribuição das chuvas com longos períodos de estiagem e temperaturas elevadas, são características que condicionam a formação de solos diferentes daqueles comumente encontrados em regiões tropicais quentes e úmidas do país. Em Minas Gerais o semiárido ocorre dominantemente no norte do estado e ocupa cerca de 17 % do território mineiro, apresentando grande diversidade de solos. A classe dos Luvissolos, por exemplo, é de pequena expressão geográfica e ocorre apenas no extremo nordeste de Minas Gerais, próximo à divisa com a Bahia. Embora mais estudados na região semiárida dos estados do nordeste, são raros os estudos que contemplam a caracterização química, física, mineralógica e micromorfológica de solos com argila de atividade alta ou baixa com horizonte B textural no semiárido de Minas Gerais. Dessa forma, o objetivo dessa pesquisa é estudar as características físicas, químicas, mineralógicas e micromorfológicas destes solos para melhor compreender a sua pedogênese, com destaque para Luvissolos e Argissolos do semiárido mineiro. Para tanto, foram selecionados, descritos, amostrados e analisados solos das classes: Luvissolos (3), Argissolos (2) e Chernossolo (1). Após a seleção e coleta dos solos, procedeu-se às análises para caraterização dos mesmos. Além do Na + , o Mg 2+ parece exercer influência na dispersão da argila, contribuindo para a formação da estrutura colunar que se desfaz em blocos angulares e subangulares dos solos estudados. Há nestes solos uma considerável reserva de nutrientes devido à presença marcante de minerais primários facilmente intemperizáveis como os plagioclásios, ortoclásio e biotita nas frações silte e areia fina, contribuindo para a eutrofia determinada em todos os solos estudados. As condições de drenagem moderada e baixa precipitação permitem a formação de minerais 2:1 (expansíveis ou não), o que é corroborado pelos valores de Ki destes solos (Ki > 2,2). Nos Argissolos e Luvissolos foi encontrada correlação significativa entre os teores de óxidos de Fe extraídos pelo ataque sulfúrico e alguns elementos- traço analisados pelo ataque total, reafirmando a afinidade geoquímica existente entre o Fe e alguns destes elementos. Não foi constatada cerosidade na descrição de campo dos solos com Bt e a análise micromorfológica também não indicou a ocorrência de cutãs de iluviação, indicando que a lessivagem não foi o processo principal na formação do Bt. A presença de cutãs de estresse sugerem que a elutriação e a formação de argila “in situ” explicam melhor a gênese do horizonte Bt nos solos estudados.