Eros em transe/a: cenas de amor e afeto em O conquistador, de Almeida Faria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Borges, João Felipe Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Estudos Linguisticos e Estudos Literários
Mestrado em Letras
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4852
Resumo: Recentemente, existe uma inegável simpatia pelo estudo de investimentos emocionais na produção de conhecimento. Contudo, no plano formal, continuamos a excluir da esfera acadêmico-científica a corporeidade e afetividade de nossos discursos. Então, por enquanto, quaisquer resultados são ainda desiguais na superação do abismo entre racionalidade e emotividade, e precisam, sem dúvida alguma, aprofundar e tornar mais proveitoso à prática, o que sobre os afetos e as emoções se discute em teoria. Nessa perspectiva, elejo como objeto central desta pesquisa, o romance O conquistador, publicado pelo escritor português Almeida Faria em 1990. Acredito que este romance coloca em questão o impulso afetivo como elemento de reescrita da História, rompendo com uma concepção associativa da Ciência à razão, que exclui o sentir do pensar. O que norteará minhas indagações, na esteira deste pensamento, poderá ser entendido como uma abordagem de questões de afetos e efeitos na malha ficcional. Não só os afetos que, no caso específico do romance, ligam um homem e uma mulher, e consequentemente, um homem à sua história, mas também aqueles que ligam um homem à sua escrita talvez um desejo ainda mais loquaz. E por isso mesmo, a investigação que proponho não centra-se na identificação de acontecimentos históricos na malha ficcional, mas no estudo do desdobramento destes, isto é, como a arte literária de Faria reescreve a matéria oriunda da História? E ainda: quais as implicações que os afetos, em especial, o amor, temática e estruturalmente, assumem em relação ao discurso histórico? Em suma, trata-se de determinar sob que formas, através de que canais, fluindo em meio a que discursos, os afetos influem na formação do conhecimento, o que, de sobremaneira introduz uma série de pontos de interrogação: questões que giram em torno da natureza da identidade e da subjetividade, a condição de verdade do discurso, a questão da referência e da representação da realidade, e as implicações ideológicas do ato de escrever sobre a História. Decerto, estas questões podem não se revelar de todo conclusivas no decorrer da pesquisa proposta, mas é sem dúvida a partir das implicações fornecidas que se poderá contribuir, pela análise da obra de Almeida Faria, na formação de um campo fecundo de pesquisas e revisitações críticas da expressão artística e do acontecimento histórico na Pós-Modernidade.