Entre mitos históricos e literários: a (des)construcao do heroísmo português na Tetralogia Lusitana, de Almeida Faria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: SANTOS, Leticia Raiane dos
Orientador(a): VIEIRA, Anco Márcio Tenório
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25365
Resumo: A Tetralogia Lusitana, de Almeida Faria, foi publicada em um intervalo de dezoito anos, entre 1965 e 1983, e é composta pelos romances A Paixão (1965), Cortes (1978), Lusitânia (1980) e Cavaleiro Andante (1983), que, juntos, retratam acontecimentos vivenciados, sobretudo, por uma família de latifundiários alentejana antes, durante e apos Revolução dos Cravos. Nesse conjunto de obras, o autor português trata especialmente de uma geração portuguesa ainda muito entrelaçada a um passado mítico e heroico, que, de certo modo, a paralisa e a impede de seguir em frente. Partindo de elementos representativos de uma heroicidade que estiveram muito presentes na cultura portuguesa ao longo de séculos – como Os Lusíadas, Dom Sebastiao e as novelas de cavalaria arturianas –, Almeida Faria, apos o 25 de Abril, coteja cada um deles, ao longo do segundo, terceiro e quarto romances de sua saga familiar, com a realidade não heroica dos personagens lusitanos diante da situação em que se encontrava Portugal depois da consumação da Revolução desejada. Interessando-se por mitos literários medievais e renascentistas e pelo mito do rei Encoberto, que foram, inclusive, utilizados a serviço do discurso ideológico salazarista, o romancista alentejano revela, no decorrer da Tetralogia, a impossibilidade da identificação com tais modelos épicos diante dos novos tempos vivenciados pelos portugueses.