A voz dos silenciados: analisando a identidade dos recuperandos do regime fechado da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados APAC Viçosa
Ano de defesa: | 2012 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Estudos Linguisticos e Estudos Literários Mestrado em Letras UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/4857 |
Resumo: | Esta pesquisa buscou discutir a construção de identidades dos recuperandos do regime fechado da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados de Viçosa enquanto condenados em fase de real e efetiva recuperação. Para tanto, buscou-se analisar como os recuperandos constroem suas identidades tomando por base as narrativas escritas por eles. Analisou-se ainda os interdiscursos ali construídos. O corpus foi constituído de vinte e uma (21) narrativas, produzidas de forma voluntária, durante as oficinas de produção de textos ministradas pela própria pesquisadora. Este estudo levou em conta não só os pressupostos teórico-metodológicos dos estudos discursivos críticos (Fairclough, 2001, 2003), mas também reflexões e discussões em torno do conceito de identidade (Hall, 2002; Bauman, 2005; Moita Lopes, 2008; Pennycook, 2008) além dos estudos acerca da repressão e punição no cumprimento das penas (Foucault, 2010; Kloch e Motta, 2008). Como resultados gerais, observamos que os recuperandos não se colocam como vítimas, mas como responsáveis pelos seus próprios atos e suas consequências. Além disso, representam a prisão como um espaço benéfico, isto é, como uma oportunidade de mudar de vida, tornando-os pessoas melhores. No que diz respeito à identidade dos recuperandos, em algumas narrativas, observa-se a fluidez, já em outras, fragmentação identitária. Algumas identidades encontradas se resvalam para um campo semântico negativo: assassino, traficante, bicho selvagem. Embora se reconstruam desta forma, os recuperandos ainda se constituem como sujeitos reflexivos, pois se mostram abertos à transformação seja pela percepção que tem dos crimes cometidos, seja pelo discurso onipresente da APAC. |