Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Souza, Caroline Delpupo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10376
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Resumo: |
As paisagens de deserto polar podem ser consideradas únicas no planeta. Os processos desenvolvidos sob condições climáticas extremas, como frio intenso e severa aridez induzem a formação de feições pedológicas e geomorfológicas singulares. Em um ambiente onde o agente biológico assume papel secundário é possível analisar a formação do solo a partir de uma ótica minimalista, onde os processos comuns a outras regiões do planeta transcorrem muito lentamente; e processos endêmicos agregam valiosas informações à Ciência do Solo. Neste contexto se insere as Montanhas Ellsworth. Esta área representa uma das grandes lacunas em estudos de caráter pedológico na Antártica, principalmente no que diz respeito à formação de solo em escala detalhada. Faltam também estudos de cronossequência de solos para avaliar comparativamente os estágios de intemperismo e as taxas de formação de solos em superfícies recentemente deglaciadas. Carece ainda de estudos cujo foco de análise seja as interações pedogeomorfológicas sob condições climáticas extremas. Por fim, há ainda muito a avançar nos estudos da dinâmica térmico e hídrica em permafrost seco. Assim, esse trabalho de tese se desenvolveu a partir de tais lacunas. A expedição ao continente gelado da equipe do Laboratório Terrantar se deu em duas etapas: uma primeira no verão de 2012/2013 e outra no verão de 2013/2014; momentos nos quais foram coletados 28 perfis de solo e foram tomadas fotografias da superfície do solo e das unidades de relevo. Os solos da porção sul das Montanhas Ellsworth possuem características típicas de solos de deserto polar e se assemelham grandemente com solos de outras regiões desérticas da Antártica. São, de forma geral, esqueléticos/psamíticos, pouco profundos, com desenvolvimento incipiente de estrutura e com valores de cromas pequenos. Todos os solos acumulam sal em maior ou menor grau, a depender das condições de drenagem locais e exposição de suas superfícies; possuem pavimento pedregoso e apresentam discretas, porém típicas feições de crioturbação. Sua mineralogia demostra a grande relação genética entre os solos e os materiais de origem vii subjacente. Entretanto, a assembleia mineralógica dos solos analisados não apresentou grande variação entre os diferentes materiais parentais, já que o clima extremamente frio e severamente árido determina baixos níveis de intemperismo químico e pedogênese. O intemperismo e a pedogênese estão altamente condicionados ao clima e a natureza recente das superfícies de alteração locais. A cronossequência de solos revelou que os solos se enquadram nos estágios 2, 3 e 3,5 de intemperismo, condizente com a região climática na qual Ellsworth se encontra. Os solos mais desenvolvidos estão localizados em cotas altimétricas mais elevados por se tratarem de superfícies mais antigas que estão expostas há mais tempo pela retração da geleira local. A geomorfologia da área do vale glacial dos Montes Edson pode ser entendida a partir de três conjuntos de unidades de relevo distintas: (i) feições paraglaciais como glaciar rochoso e feições associadas; (ii) feições supraglaciais como o sistema deposicional morâinico; e (iii) feições periglaciais como solos com padrões. Todas essas feições estão relacionadas às variações do manto de gelo da Antártica Ocidental. O regime térmico dos solos de Mount Dolence é característico de solos de deserto polar afetados por permafrost seco. Embora a temperatura do ar não atinja elevados valores positivos, as variações na temperatura do solo são mais intensas durante o verão, o que mostra a resposta do solo à radiação solar. A superfície côncava (mais protegida) apresenta temperaturas mais extremas que a superfície convexa (mais exposta). A camada ativa é submetida a forte sublimação da água, de modo que o conteúdo de umidade do subsolo e sua redistribuição são insignificantes. Por fim, que feições periglaciais ativas ainda sobrevivem nesta paisagem cujas isotermas são extremamente baixas. Isso se dá graças a pulsos ocasionais de aquecimento que esta região sofre desde o Ultimo Máximo Glacial. Assim, observar a paisagem das Montanhas Ellsworth é vislumbrar uma paisagem essencialmente fóssil. |