Composição florística e estrutura de um fragmento de Mata Atlântica em Pedra de Guaratiba, município do Rio de Janeiro, RJ
Ano de defesa: | 2002 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de Mestrado em Ciência Florestal UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/3214 |
Resumo: | O presente trabalho apresenta os resultados do levantamento florístico e fitossociológico do estrato arbóreo de um trecho de Floresta Atlântica na Área de Proteção Ambiental da Serra da Capoeira Grande. Esta APA localiza-se na Zona Oeste do Município do Rio de Janeiro, RJ e, apesar de fazer parte do maciço que forma o Parque Estadual da Pedra Branca, não foi inserida nos limites deste. A Serra da Capoeira Grande se destaca na planície de maré da região de Guaratiba por alcançar altitude de 159 metros e ostentar um importante remanescente da Floresta Atlântica de baixada, outrora abundante no município e hoje escassamente representada. Este trecho é ainda o último remanescente natural de Caesalpinia echinata do município, já sendo utilizado como fonte de germoplasma para a conservação desta espécie. O solo muito raso e rochoso na porção médio-superior da serra cria um ambiente com limitações em oferta hídrica e em profundidade do solo, restringindo um maior desenvolvimento das árvores. O levantamento fitossociológico foi realizado através do método dos quadrantes, tendo-se como critério de inclusão o perímetro do tronco a 1,3m do solo (PAP) maior ou igual a 15cm. Foram alocados 200 pontos amostrais, totalizando 800 indivíduos. Estes distribiram-se em 24 famílias, 36 gêneros e 43 espécies. A distância média entre os indivíduos foi de 2,53 metros e a densidade total por área de 1558,5 indivíduos/ha. A área basal total foi de 12.06 m2 e o índice de Shannon calculado foi de 2,42. A fisionomia da floresta foi caracterizada pela presença de árvores emergentes com até 18 metros, pela ausência de estratificação nítida e por sub- bosque bem iluminado. A composição florística é resultado da amostragem nos 200 pontos, acrescida de coletas aleatórias realizadas durante caminhadas no fragmento, que totalizaram 31 famílias, 57 gêneros e 68 espécies. As famílias que apresentaram maior número de espécies foram Leguminosae Mimosoideae com sete espécies, Myrtaceae com seis, Euphorbiaceae e Leguminosae Papilionoideae representadas por cinco espécies, Bignoniaceae, Bombacaceae, Celastraceae, Flacourtiaceae, Moraceae, Rubiaceae e Solanaceae, todas com três espécies. As seis famílias com maior valor de importância somaram 84% do VI total, sendo Solanaceae a mais importante com 34,1% do VI, seguida de Leguminosae Mimosoideae (16,4), Nyctaginaceae (13), Leguminosae Papilionoideae (7,9), Anacardiaceae (6,5) e Flacourtiaceae (6,1). As espécies com maior número de indivíduos na área foram aquelas que apresentaram também maior VI. São elas: Metternichia princeps com 40,4% dos indivíduos e 33,7% do VI, Pseudopiptadenia contorta (9,3 e 12,6%), Guapira hirsuta (7,5 e 7,8%), Guapira oposita (4,6 e 5,3%), Casearia obliqua (4,6 e 4,2%), Pterocarpus rohrii (3,6 e 4,3%), Albizia policephala (3,5 e 3,5%) e Aspidosperma subincanum (3,4 e 3,6%). Caesalpinia echinata veio logo em seguida, com 2,4% dos indivíduos amostrados e 2,1% do VI. A distribuição diamétrica da comunidade, assim como da maioria das principais populações, apresentou um grande número de indivíduos nas menores classes, decrescendo gradualmente. Este fato reflete a boa situação sucessional desta mata. Analisando a similaridade florística entre a APA da Capoeira Grande e outras 18 áreas florestais do Rio de Janeiro, observou-se uma maior semelhança florística entre a área estudada e as florestas de baixada localizadas próximas ao mar, duas delas com remanescentes de pau-brasil. Todas as florestas reuniram-se a um baixo nível de similaridade, refletindo a heterogeneidade florística entre as florestas do Rio de Janeiro. |