Atividade de extratos vegetais sobre sistema de efluxo multidrogas em Campylobacter spp. multirresistentes a antimicrobianos
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Ciência de Alimentos; Tecnologia de Alimentos; Engenharia de Alimentos Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/490 |
Resumo: | A elevada ocorrência de Campylobacter spp. em carne e subprodutos de frango e sua crescente resistência a antimicrobianos têm preocupado as autoridades sanitárias em todo o mundo. Os objetivos deste estudo foram avaliar a contaminação de carcaças de frango por Campylobacter spp. e a resistência a antimicrobianos dos isolados; bem como investigar a capacidade de extratos vegetais em modular a atividade de antimicrobianos e de inibir os sistemas de efluxo expressos por este micro-organismo. Noventa e cinco carcaças de frangos abatidos em Minas Gerais Brasil foram analisadas por meio da técnica de Número Mais Provável (NMP) com confirmação pela reação de polimerase em cadeia (PCR). Os isolados foram submetidos ao teste de resistência a antimicrobianos por disco de difusão em ágar, e os principais genes e mecanismos de resistência foram investigados. Vinte extratos vegetais etanólicos foram avaliados quanto às atividades antimicrobiana, moduladora de resistência e de acumulação de brometo de etídeo. As principais classes de metabólitos secundários de extratos vegetais com maior atividade biológica foram analisadas por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). Campylobacter spp. foi identificado em 16,8 % das amostras, as contagens variaram entre 60,0 - 184 NMP/carcaça, e a espécie C. jejuni foi prevalente (93.8 %). Os isolados foram resistentes a no mínimo cinco (31,2 %) dos antimicrobianos testados e maior resistência foi observada para cefalosporinas (75 - 100 %), quinolonas (95 %), tetraciclina (50 %) e ampicilina (45 %). A resistência a ciprofloxacina foi associada a mutações no gene gyrA, enquanto que 40 % da resistência à tetraciclina foi relacionada à presença do gene tet(O). O gene blaOXA-61, que codifica uma β-lactamase, foi encontrado em isolados resistentes e suscetíveis a ampicilina. A maioria dos isolados apresentou os três genes do sistema de efluxo CmeABC. O uso de fenilalanina-arginil- naftilamida (PAβN), um inibidor de sistemas de efluxo, diminuiu a MIC de ciprofloxacina, tetraciclina, ampicilina e sais biliares entre 2 e 128 vezes, o que confirmou a atividade deste mecanismo de resistência. Os extratos vegetais apresentaram fraca atividade antimicrobiana em comparação com os antibióticos, com a MIC variando entre 0,1 e >16,38 mg/mL. Entretanto, a maioria deles apresentou sinergismo em combinação com sais biliares quando utilizados em concentrações subinibitórias, com diminuição da MIC destes antimicrobianos entre 2 e 16 vezes. Observou-se que dez extratos vegetais aumentaram a acumulação de brometo de etídeo por Campylobacter spp., o que indica a inibição de sistemas de efluxo. Os extratos de Alpinia zerumbet e Vernonia polyanthes apresentaram maior efeito sinérgico com sais biliares, enquanto que os extratos de Cyperus rotundus e Struthanthus flexicaulis foram mais eficazes na inibição dos sistemas de efluxo. Grande variedade de compostos fenólicos, principalmente flavonóides, foi observada nestes extratos vegetais, os quais podem estar envolvidos nas atividades biológicas. Apesar do baixo número de carcaças de frango positivas para Campylobacter spp. observado neste estudo, a identificação de altos níveis de resistência a antimicrobianos é um importante problema e enfatiza a necessidade de monitoramento contínuo e de novas formas de controle deste patógeno na cadeia produtiva de aves. Os resultados aqui reportados sugerem que extratos vegetais podem ser utilizados para controlar Campylobacter spp. em carne de frango e subprodutos por meio da redução da colonização das aves. Contudo, existe a necessidade de trabalhos futuros para caracterização mais detalhada dos extratos vegetais, isolamento e identificação dos princípios ativos, bem como estudos para avaliar sua atividade in vivo. |