Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Nizia Araújo Vieira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8849
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Resumo: |
O presente estudo objetivou investigar o estado nutricional de escolares de 6 a 8 anos de idade da primeira série do ensino fundamental de escolas públicas e particulares de Governador Valadares-MG, a distribuição geográfica dos desvios nutricionais e os fatores de risco associados. A classificação do estado nutricional dos 4.379 escolares foi feita de acordo com o referencial antropométrico de crescimento publicado pelo Center for Disease Control and Prevention (CDC, 2000): Índice de Massa Corporal para a Idade (IMC/I) e Índice Altura para Idade (A/I), ambos em relação à população de referência do National Center of Health Statistics (NCHS). Os escolares foram classificados em relação ao IMC/I pelo percentil e pelo Z escore. As prevalências do estado nutricional foram analisadas de acordo com os bairros e distritos sanitários do município e realizadas comparações dos perfis nutricionais dos escolares da rede pública e particular. Informações socioeconômicas e sanitárias do município e dos bairros foram correlacionadas com as prevalências dos desvios nutricionais. Foi definido, ainda, o estado nutricional pelo Z escore, para a investigação dos fatores associados (WHO, 1995). Na investigação dos fatores associados foi realizado um estudo tipo caso-controle com 200 crianças, divididas em três grupos: baixo peso (n=70), sobrepeso (n=68) e baixa estatura (n=62). O pareamento das crianças com desvios nutricionais foi realizado com crianças eutróficas do mesmo sexo, idade e escola, possibilitando uma aproximação maior das condições de vida e socioeconômicas entre casos e controles. Os pais ou responsáveis pelas crianças foram entrevistados, para que eles informassem sobre os aspectos da alimentação do escolar, atividade física, condições de nascimento, aleitamento e época de introdução de alimentos complementares, participação da criança em creche ou pré-escola em período anterior ou em outros programas sociais, além de informarem sobre a situação socioeconômica da família. Foram encontradas prevalências de baixo peso, 7,9%; risco de sobrepeso, 8,4%; e sobrepeso, 6,3%, totalizando 22,6% dos escolares totais (n=4379). A baixa estatura apresentou índice de 5,7%. Na distribuição geográfica destes desvios, 56,9% (n=41), 41,2% (n=28) e 41,6% (n=30) dos bairros apresentaram prevalências de baixo peso; baixa estatura; risco de sobrepeso e sobrepeso, acima dos índices previstos, respectivamente. Na correlação das prevalências dos desvios nutricionais com o número de índices socioeconômicos e sanitários inadequados dos bairros em relação aos índices médios do município como um todo, verificou-se que não foi encontrada nenhuma correlação significativa entre esses índices e o baixo peso (r=0,198; p=0,10); risco de sobrepeso (r=0,003; p=0,98) e sobrepeso (r= -0,205; p=0,09). No entanto, a baixa estatura apresentou correlação estatisticamente significante com estes índices socioeconômicos (r=0,302; p=0,012). Quando os índices socioeconômicos e sanitários foram correlacionados separadamente com cada desvio nutricional, o baixo peso e a baixa estatura apresentaram correlação com a água não-tratada (r=0,331; p<0,01; e r=0,528; p<0,01), respectivamente. Verificou-se, ainda, correlação entre baixa estatura e ausência na coleta de lixo (r=0,293; p<0,01). Em relação ao sobrepeso, houve correlação inversa com a água sem tratar (r= -0,282; p=0,02). Na análise do perfil nutricional de cada distrito sanitário, as situações mais desfavoráveis foram verificadas no distrito 4 e, posteriormente, no 3, em todos os tipos de distrofias. Entre os escolares da rede pública e particular foram observadas prevalências de baixo peso, 8,3 e 5,2%; risco de sobrepeso, 7,5 e 14,2%; e sobrepeso, 5,7 e 10,2%, respectivamente. Os fatores associados ao baixo peso foram: escolaridade materna ≤ 5 anos (OR = 3,27; IC = 1,10 9,92; p = 0,01); para o sobrepeso: quando a criança se alimenta assistindo à televisão (OR = 3,50; IC = 1,06 11,91; p = 0,02); e para aquelas que compram o lanche na escola (OR = 3,83; IC = 1,26 11,97; p < 0,01), consumo de hortaliças < 5 vezes por semana (OR = 3,89; IC = 1,27 12,20; p < 0,01), consumo de calorias extras > 5 vezes por semana (OR = 4,64; IC = 1,17 19,84; p = 0,01) e assistir à televisão mais de 3 horas por dia (OR = 5,96; IC = 1,84 20,00; p < 0,01); para a baixa estatura: consumo de hortaliças < 5 vezes por semana (OR = 3,49; IC = 1,06 11,82; p = 0,02); escolaridade materna < 5 anos (OR = 3,64; IC = 1,08 12,60; p = 0,02), consumo de calorias extras > 5 vezes por semana (OR = 3,66; IC = 1,08 - 12,80; p = 0,02), consumo de leite ou derivados < 5 vezes por semana (OR = 3,98; IC = 1,2 - 13,57; p = 0,01), crianças que moram em domicílios com densidade familiar > 2,0 pessoas (OR = 5,98; IC = 1,76 21,09; p < 0,01) e crianças cujo aleitamento materno foi inferior a 12 meses (OR = 7,52; IC = 1,78 - 34,46; p < 0,01). Para o baixo peso e a baixa estatura foram verificados como fatores de proteção a mãe trabalhar fora (OR = 0,24; IC = 0,06 0,90; p = 0,01) e a criança ter participado de programas de acompanhamento nutricional (OR = 0,21; IC = 0,06 - 0,75; p < 0,01), respectivamente. O conhecimento das áreas geográficas de maior vulnerabilidade a partir das prevalências do estado nutricional e a elucidação dos fatores associados ao mesmo possibilita o planejamento estratégico de ações de saúde e intervenção nutricional. |