Às margens do rio Doce e no meio da lama: os danos do desastre da mineradora Samarco sobre o município de Governador Valadares/MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Fábio Fraga dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Serviço Social
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17148
Resumo: O drama das comunidades afetadas pelos impactos socioambientais resultantes do rompimento da barragem da Mineradora Samarco ao longo da bacia do rio Doce expôs as consequências espoliativas do sistema capitalista e suas formas de dominação. Com base nas abordagens marxistas, esta pesquisa buscou analisar os processos de controle superestruturais condicionados às localidades, principalmente naquelas regiões cujas economias são dedicadas à lógica extrativa ou que servem como elos estratégicos para as atividades do setor. O município de Governador Valadares/MG, como importante conexão logística desse sistema minerador, através das instalações da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) com pátio de manobras e de manutenção, é utilizado pela Vale para escoar grande parte da sua produção. O histórico recente de governança da Vale demonstrou a sua capacidade de controle territorial e que, no caso local, foi acatado pelo poder público, como forma de obtenção de vantagens políticas e econômicas. Contudo, o rompimento da barragem de Fundão exigiu a inauguração de uma estratégia mais complexa, devido a amplitude dos danos e da comoção provocada naquele contexto. Os mecanismos extrajudiciais adotados, com a promessa de agilização e eficiência da reparação foi implantado e imposto às populações atingidas, como forma de desarticular a dimensão política da participação popular nas ações reparatórias e indenizatórias. A criação da Fundação Renova como modelo privado de gestão de desastres, estabeleceu uma nova forma de extração de valor para as mineradoras, já que estas conseguem direcionar a condução operacional dos programas e ações reparadoras, antecipando os custos e obtendo vantagens privatistas.