Uso de marcadores microssatélites para avaliação genética de populações de Melipona mandacaia Smith, 1863 (Hymenoptera, Apoidea) no Estado da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Werneck, Margarete do Valle
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Análises quantitativas e moleculares do Genoma; Biologia das células e dos tecidos
Mestrado em Biologia Celular e Estrutural
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2312
Resumo: Melipona mandacaia é uma espécie de abelha indígena sem ferrão (Tribo Meliponini) endêmica de regiões do semi-árido do nordeste do Brasil. A cobertura vegetal original da caatinga tem sido alterada pela ação humana. Essa alteração reduz os recursos alimentares e os locais de nidificação disponíveis para as abelhas e torna mais difícil a dispersão e o fluxo genético das populações desses organismos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o emprego dos marcadores microssatélites na avaliação genética de populações de Melipona mandacaia no estado da Bahia, considerando a possível presença de alelos nulos. Foram utilizadas operárias adultas dos municípios de Paulo Afonso, Macururé, Central Uibaí, São Gabriel, Irecê, Lapão e Serra do Ramalho. A extração do DNA total foi realizada segundo Waldschmidt et al. (1997) com algumas modificações. Para amplificação foram utilizados primers microssatélites específicos para M. bicolor para avaliar sete locos (Peters et al.1998). Dos sete locos avaliados, três foram monomórficos: Mbi 259, Mbi 219 e Mbi 088. Os locos que apresentaram polimorfismo foram Mbi 233 com 6 alelos, Mbi 278 com 4 alelos, Mbi 028 e Mbi 215 com 2 alelos. O acentuado déficit de heterozigotos e a presença de alelos pouco freqüentes em homozigose levantaram a suspeita de subestruturação por isolamento por distância. As falhas na amplificação levantaram a suspeita também da presença de alelos nulos. Para satisfazer a condição de subestruturação, as amostras foram agrupadas em três regiões segundo a proximidade geográfica das localidades onde foram coletadas. Para verificar a presença de alelos nulos os dados agrupados foram submetidos a um estimador da presença de alelos nulos e posterior ajuste das freqüências alélicas. Para avaliar a estruturação foi utilizado o coeficiente F de Wright em três cenários extremos. No primeiro a presença de alelos nulos foi desconsiderada, no segundo foi considerada a presença de infinitos alelos com freqüências baixíssimas e no terceiro foi considerada a presença de um único alelo nulo com a maior freqüência possível. Nos cenários 2 (FST = 0,21) e 3 (FST = 0,26) obtivemos os valores para FST mínimo e máximo esperados para uma população em equilíbrio de Hardy- Weinberg. O valor obtido no cenário 1 (FST = 0,16) está abaixo da faixa estabelecida pelos os valores e mínimo (2) e máximo (3). A faixa de valores de FST considerando a presença de alelos nulos é compatível com estruturação alta ou muito alta. Os valores de FST nos permitem inferir que a população de Melipona mandacaia em estudo encontra-se subestruturada e que há elevada diferenciação genética entre os grupos geográficos considerados. Estudos adicionais são necessários para averiguar a endogamia a que essas subpopulações estão submetidas. A presença de alelos nulos compromete o emprego dos marcadores microssatélites para avaliação genética de populações.