Mastite caprina: estudo da microbiota do leite por técnicas ômicas e microbiologia tradicional e o seu uso como forma de tratamento
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Medicina Veterinária |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/30870 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.503 |
Resumo: | A mastite caprina é uma das principais doenças que afeta a produção de leite e bem-estar do caprino, sendo uma infecção causada principalmente por um ou mais agentes bacterianos na glândula mamaria, como o grupo Staphylococcus Coagulase-Negative (SCN) e a espécie Staphylococcus aureus. Dentre os SCN, Staphylococcus warneri tem sido identificada comumente em casos de mastite clínica e subclínica. Métodos de diagnósticos padrão, como mensurações de contagem de células somáticas (CCS) e isolamento do agente em lactocultura são utilizados para diagnosticar dessa doença. Por outro lado, os estudos metataxonômicos de microbiotas surgiram com o desenvolvimento dos sequenciamentos de alto rendimento do gene 16S, o que criou um ponto de inflexão em novas abordagens de identificação de componentes na microbiota do leite. Nosso objetivo foi induzir a infecção com S. warneri para criar um quadro de mastite subclínica em cabras e avaliar a utilização do transplante da microbiota do leite de animais saudáveis como estratégia de tratamento para a mastite caprina. Oito cabras sadias foram alocadas no infectório do Departamento de Veterinária, e seis delas submetidas a indução da infecção por S. warneri e mais uma mantida como controle, sendo avaliadas por sete dias. Em uma segunda fase, uma das cabras não infectada foi designada como a doadora de leite. As seis cabras submetidas a indução da infecção, receberam o transplante de microbiota por meio do leite da doadora por nove dias, sendo avaliadas por mais quatro após o término. Testes utilizados identificaram que a indução da infecção obteve sucesso nos animais, apresentando aumento dos valores de CCS e CBT, além de aumento no número de cruzes do exame de CMT, redução breve na produção de leite, assim como variações significativas no leucograma. A análise de microbiota por metataxonomia, antes e depois da infecção, revelaram que ocorreram reduções abruptas de vários gêneros e espécies, o que culminou com o predomínio de 90% da microbiota por S. warneri e S. caprae em abundância no leite dos animais em geral, resultando em uma disbiose. Na fase de transplante de microbiota foi identificado a diminuição da produção de leite após alguns períodos de aplicação da técnica, assim como variações individuais significativas de aumento de CCS, e aumento no número de cruzes no CMT para maioria dos animais, no entanto, ocorreu uma melhora de forma geral nos parâmetros avaliados para um animal, a cabra D. Além disso, dois animais apresentaram resultado negativo na última lactocultura realizada em ágar Sangue. Ademais, de forma positiva, os animais infectados alteraram a estrutura de suas microbiotas, reduzindo a abundância de S. warneri, e elevando a microbiota para uma abundância geral das principais espécies como H. parainfluenzae, S. simulans e S. aureus. No transplante, a cabra D apresentou melhora no quadro clínico, sendo o único animal que não eliminou S. warneri de sua microbiota geral, a tornando uma bactéria indígena a sua microbiota. Além disso, as análises de beta diversidade demonstraram que grupos diferentes de bactérias foram formados após o transplante, ressaltando que a microbiota final se tornou diferente do que foi durante a infecção. Portanto, com a indução da mastite subclínica por S. warneri, foi possível identificar diversas alterações de valores de diagnóstico para esse agente, e por outro lado, essa técnica proporcionou a modificação da microbiota para um estado completamente diferente do animal doador e da microbiota que os animais apresentavam. Assim, o transplante de microbiota do leite demonstrou ser uma técnica promissora, que se aprimorada, pode se tornar uma nova ferramenta de tratamento da mastite futuramente. . Palavras-chave: Bactéria. Caprino. Mastite. Metataxonomia. Microbiota do leite. Transplante de microbiota. |